Região da Bairrada prevê produção de 180 mil hectolitros de vinho

A Região da Bairrada prevê uma produção de cerca de 180 mil hectolitros, numa altura em que já foi realizada “uma boa colheita” para vinhos brancos e rosados e quando decorre até ao final do mês a vindima para tintos.

“Até ao momento, as uvas sanitariamente estão muito boas e a expectativa é que tenhamos uma boa colheita, mesmo nos tintos, sendo certo que nos brancos e rosados já temos a certeza de que é uma boa colheita”, destacou o presidente da Comissão Vitivinícola da Bairrada, Pedro Soares.

Em declarações à agência Lusa, Pedro Soares explicou que a qualidade “é muito boa”, num momento em que cerca de 40% das uvas tintas ainda foram ainda colhidas.

“Hoje começou a chover e não vai parar pelo menos nos próximos três dias. Esperamos ter a ajuda do São Pedro, para ver se esta chuva não coloca em causa o que ainda está no terreno e que é bastante”, acrescentou.

As vindimas na Região da Bairrada tiveram início na primeira semana de agosto, altura em que começaram a ser colhidas uma parte significativa de uvas base para espumantes (uvas colhidas num estado menos maduro do que para vinhos tranquilos).

As vindimas deverão estender-se “até final de setembro ou até início de outubro”.

“Prevemos uma quantidade normal, sem quebra significativa. A existir uma quebra, nunca será superior a 10%, comparativamente com a média dos últimos cinco anos”, esclareceu.

De acordo com o presidente da Comissão Vitivinícola da Bairrada, a seca extrema que o país vem atravessando não trouxe grande impacto a esta região, devido à proximidade com o mar.

“Os ventos atlânticos ajudaram a balançar em termos de temperatura e não houve tanto escaldão como em outras regiões. Por outro lado, a partir do início de agosto, contámos com uma certa humidade: quando acordávamos de manhã, tínhamos as videiras ainda húmidas do orvalho”, descreveu.

Tal acabou por “ser muito benéfico”, uma vez que como os dias estavam muito quentes, “a humidade dissipava-se com muita facilidade, para não ser favorável ao aparecimento de doenças e, ao mesmo tempo, para que não se sentisse o problema de seca extrema”.

À Lusa, Pedro Soares disse ainda que a Região Demarcada da Bairrada ainda está a recuperar da pandemia, sendo a aposta na certificação uma tendência.

“Não recuperámos de uma forma tão rápida como aconteceu em outras regiões, mas recuperámos passo a passo e de forma assertiva. No primeiro semestre do ano vínhamos com aumento significativo, na ordem dos 12% em termos de certificação, e contamos fechar o ano com um nível de aumento entre os 10 e 15%”, concluiu.

Atualmente, a Região Demarcada da Bairrada, constituída por oito concelhos – Águeda, Anadia, Aveiro, Cantanhede, Coimbra, Mealhada, Oliveira do Bairro e Vagos – contabiliza cerca de 2.400 produtores de vinhos, que exploram mais de seis mil hectares de vinha.

Na Comissão Vitivinícola da Bairrada há cerca de 110 produtores inscritos, dos quais 84 colocam no mercado vinho com o selo de Denominação de Origem (DO) Bairrada ou IG Beira Atlântico.

A região produz mais de metade (53%) dos espumantes nacionais, sendo o mercado português o seu maior consumidor.


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