A Comunidade Intermunicipal (CIM) da Região de Coimbra apelou hoje ao Governo e às entidades competentes para que se faça um investimento plurianual que reforce o combate às espécies invasoras aquáticas.
“O apelo que eu deixo é que se torne um investimento plurianual por parte do Governo e das entidades competentes, porque é preciso trabalhar durante todo o ano”, disse hoje o presidente da CIM da Região de Coimbra, que também é presidente da Câmara Municipal de Montemor-o-Velho, Emílio Torrão, aquando da assinatura do protocolo de colaboração técnica e financeira para combate às espécies invasoras exóticas aquáticas.
O protocolo, que foi hoje assinado entre a Agência Portuguesa do Ambiente (APA) e a Comunidade Intermunicipal (CIM) da Região de Coimbra, visa, nomeadamente, a erradicação das espécies invasoras aquáticas nos concelhos de Coimbra, Cantanhede, Figueira da Foz, Mira, Montemor-o-Velho e Soure.
“Durante todo o ano há que trabalhar desde os leitos principais ou dos principais recursos de água até à rede mais capilar dos riachos e das lagoas e pequenas lagoas, onde já existem jacintos de água”, frisou.
Trata-se de um investimento de 110 mil euros, que a Região de Coimbra considera insuficiente.
Emílio Torrão admitiu que é necessário alocar recursos para criar uma equipa permanente de combate às espécies invasoras, no entanto, nem as Câmaras Municipais nem a CIM têm esses recursos, já que os “poucos” recursos que têm são para as suas atividades principais, aquelas que têm competência.
“O que queremos é criar equipas em todas as zonas de contaminação que trabalhem durante todo o ano. Para isso, há que financiar, há que formar essas equipas, há que pagar os salários, há que pagar a formação e há que pagar todo um conjunto de custos que estas equipas vão ter, porque vão ter de percorrer todo o território”, explicou.
O vice-presidente da Agência Portuguesa do Ambiente, Pimenta Machado, deixou o compromisso de dar continuidade a este protocolo, que visa o combate às espécies invasoras, nomeadamente o jacinto-de-água, que é a espécie que provoca mais danos nos ecossistemas aquáticos.
O protocolo hoje formalizado dá continuidade às intervenções realizadas, no âmbito do projeto aprovado pelo POSEUR e que possibilitou a aquisição de um veículo anfíbio aquático que tem realizado ações de limpeza desde o ano de 2019.
Este acordo, para além de ações de limpeza, prevê um estudo para a valorização do jacinto-de-água, a fim de a perceber futuras utilizações desta espécie.
O presidente da CIM da Região de Coimbra deu ainda nota da importância deste acordo, já que se não for feita a erradicação das espécies “em um, dois anos, pode-se destruir toda a fauna e flora desses cursos de água, que demorará 10, 20, 30 anos a recuperar”.