Relatório | Impacto económico da proibição do milho geneticamente modificado no México

A proibição da importação de milho geneticamente modificado (GM) no México resultará na perda de muitos milhões de dólares no México, nos Estados Unidos e no Canadá, e terá consequências desastrosas no sector pecuário, na saúde humana, na segurança alimentar e no ambiente. É o que afirma um relatório recente da World Perspectives Inc.  

O relatório, divulgado no dia 3 de outubro pelos principais intervenientes da indústria alimentar e agrícola no México e nos Estados Unidos, destaca o impacto previsto que a proibição da importação de milho geneticamente modificado teria nos próximos dez anos. Só no México, a proibição terá as seguintas implicações:

. O produto interno bruto (PIB) mexicano cairia em 11,72 mil milhões de dólares em mais de 10 anos, a produção económica diminuiria em 19,39 mil milhões de dólares, 56.958 postos de trabalho seriam perdidos e os rendimentos da mão-de-obra seriam reduzidos em 2,99 mil milhões de dólares.

. Os preços do milho não geneticamente modificado aumentarão 48% e o país terá de pagar mais 571 milhões de dólares por milho importado, só no primeiro ano da proibição. Durante um período de 10 anos, o impacto nos preços dos alimentos afectará grandemente a maior parte da população.

. Os preços do milho aumentarão em média 19% em mais de 10 anos, provocando um aumento da inflação de 66,7%.

. O sector pecuário sofrerá um aumento de 13,7% nos custos de alimentação, os preços da carne de aves de capoeira subirirão 66,7%, e os ovos vão tornar-se artigos de luxo.

. Uma vez que o milho é utilizado no fabrico de produtos farmacêuticos, a proibição poderia introduzir incertezas que afectam a sua disponibilidade e custo e afectar a indústria da saúde.

. Considerando que mais de 10% da população mexicana já não tem acesso a alimentos adequados, a proibição de importação de milho GM poderá duplicar ou triplicar esse número nos nove estados mexicanos mais pobres.

Espera-se que a proibição também afete os Estados Unidos e o Canadá:

. A economia norte-americana poderia perder 73,89 mil milhões de dólares em produção económica, o PIB diminuiria em 30,55 mil milhões de dólares em 10 anos, cerca de 32.217 empregos seriam perdidos anualmente e os rendimentos do trabalho diminuiriam em 18,38 mil milhões de dólares.

. A indústria de milho dos EUA irá sofrer uma perda económica líquida de 3,56 mil milhões de dólares no primeiro ano, e 5,56 mil milhões de dólares no segundo ano. Em 10 anos, serão registadas perdas num total de 13,61 mil milhões de dólares.

. No Canadá, o setor do milho perderia 33,94 milhões de dólares de receitas agrícolas em mais de 10 anos.

. Espera-se que a economia canadiana perca 92,85 milhões de dólares em produção económica em mais de 10 anos.

A proibição causará também um retrocesso na futura investigação em inovação, incluindo estudos sobre o desenvolvimento de novas características genéticas, a fim de aumentar a produção de alimentos e produzir culturas resistentes ao stress ambiental.

Para mais informações, leia o relatório, o sumário executivo e o comunicado de imprensa.

O artigo foi publicado originalmente em CiB – Centro de Informação de Biotecnologia.


Publicado

em

, ,

por

Etiquetas: