Rentabilidade compensa adesão à certificação

Fundada em 2003, a associação de produtores florestais da região Oeste – APAS Flo­resta – cedo percebeu os bene­fícios da certificação da ges­tão florestal. A associação obteve o certificado FSC® em 2008 e, desde então, tem desenvolvido um traba­lho na melhoria da gestão flo­restal que expandiu para todo o país. O seu grupo de certifi­cação abrange hoje 267 mem­bros, distribuídos desde a zona Centro até ao Algarve. “São 18 560 hectares de floresta certi­ficada, mais de 80% eucalipto”, adianta Rute Santos, coordena­dora do Departamento de Cer­tificação Florestal da APAS Floresta.

“Quando olhamos para a flo­resta, temos de olhar para as regiões e não para o país como um todo. A região do Oeste tem maioritariamente euca­lipto e pinho, sendo o euca­lipto a principal espécie. A APAS tem defendido o euca­lipto, pois este está perfeita­mente adaptado à região, o que traduz produtividade e permite aos proprietários ren­dimento para fazerem uma gestão sustentável dos espa­ços florestais”, explica a enge­nheira florestal. “Se a floresta não é rentável, não é possível de ser gerida”, conclui.

O grupo de certifi­cação da Apas Floresta conta 267 mem­bros e abrange 18 560 hectares de floresta certificada, mais de 80% eucalipto.

Com mais de 10 anos de ati­vidade na certificação, Rute Santos reconhece o papel dinamizador que a indústria desenvolveu ultimamente para tornar melhor a floresta nacio­nal. “Temos de ser realistas e perceber que os proprietários aderem à certificação por­que existe alguém que lhes paga mais por um produto flo­restal. A melhoria da gestão vem por acréscimo”, adianta a responsável da APAS Floresta, rele­vando a vantagem que a indústria oferece ao bonifi­car o preço da madeira certifi­cada em mais 4 euros por metro cúbico. “A rentabilidade extra que os pro­prietários certificados obtêm, compensa os custos de adesão à certificação”, ressalva.

Para lá da gestão florestal

A certificação da gestão flo­restal é ponto essencial, mas é só ponto de partida. Em para­lelo, as normas internacionais desenvolveram a Certificação da Cadeia de Custódia, desti­nada aos prestadores de ser­viços na floresta, nomeada­mente às empresas de compra e comercialização de madeira, que são o elo de ligação entre os produtores e a indústria, mas também entre proprietários e entidades certificadoras.

A experiência de Rute San­tos na APAS Floresta valoriza o papel dos madei­reiros certificados, como pro­motores dos sistemas que promovem a gestão florestal, até porque “quando se verificou um aumento do número de empresas certifica­das, este coincidiu com o cres­cimento da área de floresta certificada no país”.


O artigo foi publicado originalmente em Produtores Florestais.


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