Associação do sector diz que cada operador tem a sua campanha de descontos, o que na prática já concretiza a “boa acção de comunicação” entre Governo e empresas lançada em França.
A Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição (APED) garante que, em Portugal, “os retalhistas estão todos na campanha do preço mais baixo”, afastando-se assim da ideia de o sector avançar para “uma acção concertada de oferta de um conjunto de produtos”, o chamado “cabaz de bens essenciais”, a um preço fixo, porque isso não é permitido pelas leis da concorrência. Uma iniciativa criada em França e que o director-geral da APED, Gonçalo Lobo Xavier, classifica de “boa acção de comunicação” entre Governo e empresas francesas.
A forte subida dos preços dos bens alimentares é uma realidade em vários países europeus e em alguns deles têm sido tomadas algumas iniciativas no sentido de “proteger” as famílias de menores rendimentos. No caso francês, o Governo e vários retalhistas chegaram a acordo para que fosse oferecido um cabaz de bens essenciais a preços mais baixos, durante um período de três meses. No entanto, a escolha dos produtos e a fixação dos respectivos preços é feita por cada operador.
A possibilidade de se avançar em Portugal para uma solução idêntica à de França foi admitida pelo ministro da Economia, António Costa Silva, na conferência onde alertou para que o Governo poderá vir a tomar medidas “musculadas” face a algumas práticas da distribuição, como a alegada subida das margens médias de lucro bruto, que, segundo uma inspecção da Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE), chega aos 50% em alguns dos principais bens alimentares essenciais.
Em declarações ao PÚBLICO, o director-geral da APED, Gonçalo Lobo Xavier, desmistifica a solução encontrada em França, comparando-a “a uma boa acção de comunicação do Governo e dos retalhistas franceses”, em que “um grupo de retalhistas se comprometeu a manter […]