RNA mensageiro | Investigadores querem transformar plantas comestíveis em fábricas de vacinas

Investigadores da Universidade da Califórnia-Riverside (UCR), nos EUA, estão a tentar saber se podem transformar plantas comestíveis como a alface em fábricas de vacinas de mRNA (RNA mensageiro).

Um dos desafios da tecnologia mRNA é que deve ser mantida fria para garantir a estabilidade durante o transporte e o armazenamento. Se o projeto da UCR for bem-sucedido, as vacinas de mRNA à base de plantas comestíveis podem vencer esse desafio, podendo ser armazenadas à temperatura ambiente.

São três as metas do projeto: mostrar que o DNA contendo as vacinas de mRNA pode ser entregue com sucesso na parte das células vegetais onde se replicará, demonstrar que as plantas podem produzir mRNA suficiente e finalmente determinar a dosagem certa.

“Idealmente, uma única planta produziria mRNA suficiente para vacinar uma pessoa”, afirmou Juan Pablo Giraldo, PhD, professor associado do departamento de botânica e ciências vegetais da UCR, que lidera este estudo que está a ser realizado em colaboração com investigadores da Universidade da Califórnia em San Diego e da Universidade de Carnegie Mellon.

“Estamos a testar essa abordagem com espinafre e alface. A longo prazo, os agricultores poderão produzir essas plantas, mas também esperamos que as pessoas possam cultivá-las nos seus próprios jardins”, explicou Juan Pablo  Giraldo, acrescentando que a chave para conseguir isso são os cloroplastos, organelas presentes apenas em células de plantas (e algas).

Para este projeto, o investigador juntou-se a Nicole Steinmetz, professora de nanoengenharia da UC de San Diego.  “Uma das razões pelas quais comecei a trabalhar com nanotecnologia foi para poder aplicá-la em plantas e criar novas soluções tecnológicas, não apenas para alimentos, mas também para produtos de alto valor, como produtos farmacêuticos ”, adiantou Giraldo, que também co-lidera um projeto que usa nanomateriais para, de uma forma direcionada, entregar nitrogénio, um fertilizante, diretamente aos cloroplastos, onde as plantas mais precisam.”

O artigo foi publicado originalmente em CiB – Centro de Informação de Biotecnologia.


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