Moscovo reconhece a retirada dos cereais da Ucrânia, mas diz que pagará depois aos agricultores. Kiev fala em “roubo” e “saque ilegal dos seus recursos”.
As forças russas que ocupam a região de Zaporijjia exportaram, esta quinta-feira, cerca de sete mil toneladas de cereais que terão sido roubados de vários territórios ucranianos, transportadas em barco pelo rio Dnieper. Em plena crise alimentar global, e num momento em que a ONU alerta para uma crise humanitária na Ucrânia, a Rússia apropria-se da produção de cereais da Ucrânia.
Estes cereais têm como destino apenas os países que não demonstraram, desde o dia 24 de Fevereiro, quaisquer hostilidades contra a Rússia ou contra o seu Presidente, Vladimir Putin. Destaca-se a Síria que, na passada quarta-feira, reconheceu a independência das autoproclamadas repúblicas de Donetsk e Lugansk, na região do Donbass, afirmando que a Rússia está a “reescrever a história da forma que deveria ser”, “protegendo o seu território” e tantos outros países.
Ao longo deste mês, a administração pró-russa da região de Lugansk admitiu o envio de cereais ucranianos para a Rússia, garantindo que, posteriormente, pagaria aos agricultores. A Ucrânia, por sua vez, veio denunciar estes casos como “roubo” e como “saque ilegal dos seus recursos”, negando a existência de qualquer tipo de pagamento aos produtores.
Quanto à crise alimentar e à não exportação de cereais por parte da Ucrânia para o resto do mundo, a Rússia continua a culpar o Governo ucraniano, que acusa de inacção. O ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Serguei Lavrov, afirma que cabe aos ucranianos fazer a desminagem do mar Negro de modo a permitir a saída e entrada de navios de carga nos portos em segurança.
Vários Estados-membros da NATO […]