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S. Martinho: castanhas e vinho com sabor amargo para os pequenos e médios produtores

Assinala-se hoje, 11 de Novembro, o Dia de S. de Martinho, dia dos tradicionais magustos para saborear as castanhas e provar o vinho novo… Mas a época assinala-se com sabor amargo para os pequenos e médios produtores de vinho e de castanha.

Em termos de produção e de qualidade a campanha pode ser considerada razoável para o vinho, mas na castanha há quebras de produção. Persistem, contudo, em ambos os casos, as dificuldades de escoamento a preços compensadores, agravadas pelo aumento dos custos dos factores de produção.

Na castanha, a produção baixou significativamente e apesar de algum aumento do preço na produção, em razão directa da menor oferta, o preço pago ao Agricultor não chega para compensar a redução de castanha. Na região de Valpaços, soutos que na campanha anterior produziram 3.000 kg de castanha, este ano não vão além dos 1.000 kg.

No vinho, estima-se um aumento global da produção nacional de cerca de 1%, embora com quebras em algumas regiões. Porém, de uma forma geral, as expectativas quanto aos preços à produção não vão além da manutenção dos preços (baixos) das últimas campanhas.

No Douro, o aumento da produção estará na ordem dos 10% a 20%, o que coloca o problema do benefício não ser suficiente. Recorde-se que a CNA e a sua filiada na região, a Associação dos Viticultores e da Agricultura Familiar Douriense (AVADOURIENSE), cedo alertaram que o aumento do benefício nesta campanha (de 102 para 104 mil pipas) foi muito insuficiente face às necessidades e possibilidades da região, e exigiriam um valor próximo das 120 mil pipas, situação que deve ser tida em conta na próxima campanha.

Num ano marcado por intempéries, pelos efeitos da pandemia de COVID-19, pelo aumento galopante dos custos dos factores de produção e pelo incremento dos custos de transporte não assumidos pelo comércio e pela indústria, que os fazem recuar na cadeia e reflectir nos preços à produção, é certo que irão manter-se em baixa os rendimentos dos produtores.

A situação, que se arrasta há várias campanhas, tem forçado o afastamento da produção por parte de pequenas e médias explorações em diversas regiões e conduzido à concentração da produção, situação a que não será totalmente alheio o fim dos direitos de produção na vinha.

Face à situação, a CNA reclama  medidas capazes de garantir escoamento dos produtos agrícolas a melhores preços à produção e de travar o aumento brutal dos custos dos factores de produção.

Coimbra, 11 de Novembro de 2021 // A Direcção da CNA


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