O município do Sabugal está a executar um projeto tecnológico que possibilita que investigadores e produtores locais possam monitorizar o estado fitossanitário dos castanheiros.
“Com uma vertente amplamente tecnológica e desenhada para a realidade do concelho do Sabugal, incidindo na cultura do castanheiro, o projeto consiste na instalação de sensores que fornecem em tempo real um conjunto de dados que servem de base a investigadores e produtores locais para monitorizar o estado fitossanitário dos castanheiros”, refere a autarquia do Sabugal em comunicado.
Segundo a fonte, o sistema de monitorização de soutos está em funcionamento desde o início do mês de setembro nas localidades de Fóios e Soito, “dada a representatividade da cultura do castanheiro nestas duas freguesias”.
O projeto denominado “Educar para conhecer, proteger e monitorizar os castanheiros através da tecnologia ‘IoT’ (‘Internet of Things’)”, corresponde à estratégia municipal “que se pretende promotora da valorização da fileira da castanha”.
Nesse âmbito, o município do Sabugal lembra que, em parceria com o laboratório colaborativo InnovPlantProtect, viu aprovada a candidatura no decorrer do aviso “Apoiar uma nova cultura ambiental”, no âmbito da Estratégia Nacional de Educação Ambiental 2020 – “Proteger a vida terrestre”, do Fundo Ambiental.
“O objetivo é aumentar a visibilidade e perceção pública do valor do património natural e dos serviços de ecossistemas definido na Estratégia Nacional de Conservação da Natureza e Biodiversidade 2030 (ENCNB 2030)”, lembra.
No caso do Sabugal, segundo a nota, “foi dada ênfase especial à promoção de uma nova cultura ambiental que integra em simultâneo tecnologia ‘IoT’ e educação tradicional”.
“Como resultado, este projeto introduz uma forma de ‘educação 4.0’ baseada na gestão sustentável do castanheiro, na valorização dos serviços ecossistémicos e na proteção contra doenças”, remata.
Nos últimos anos, o município do Sabugal, no distrito da Guarda, que está situado junto da fronteira com Espanha, onde existem cerca de 600 hectares de soutos, tem apostado na fileira da castanha.
Em 1988, a autarquia celebrou um protocolo com a Direção Regional da Agricultura da Beira Interior para disponibilização de uma área para instalação de um Campo Experimental e de Produção de Material Vegetativo, tendo sido criado o Campo Experimental da Colónia Agrícola de Martim Rei (criada em 1936 pela então Junta de Colonização Interna do Ministério da Agricultura e que entrou em declínio em 1974), onde instalou um viveiro de castanheiros e outro de avelãs.