ministro das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, admitiu, esta sexta-feira, que o salário mínimo nacional (SMN) de 1.600 euros é uma ambição, mas recusa-se a adiantar prazos para atingir esta meta.
Quando questionado sobre as declarações do primeiro-ministro referentes à subida do salário mínimo nacional para 1.600 euros, quando atualmente é de 870 euros, o ministro das Finanças escusou-se a apontar prazos.
“Seria especular” dizer daqui a quanto tempo será possível pois “depende de muitas variáveis. Temos de ter ambição, e ambição de reformar o país, aumentar a produtividade, mais crescimento económico”, vincou, em declarações aos jornalistas portugueses em Bruxelas no final da reunião dos ministros das Finanças da União Europeia.
Ainda assim, de acordo com Joaquim Miranda Sarmento, “a meta [de 1.600 euros de salário mínimo] é aquilo que está no programa eleitoral”.
Montenegro reitera que meta dos 1.600€ para salário mínimo é realista
O primeiro-ministro, Luís Montenegro, afirmou que o objetivo de chegar a um salário mínimo nacional de 1.600 euros é realista e será calendarizado “quando houver alicerces para isso”.
“É mesmo realista, é mesmo realista, não tenha dúvidas nenhumas. Vamos calendarizá-lo, quando tivermos os alicerces para isso”, disse Luís Montenegro que falava aos jornalistas m Baião, no distrito do Porto, à margem de uma cerimónia dedicada à atribuição de equipamento de prevenção de incêndios rurais e gestão florestal.
No sábado, no Porto, o primeiro-ministro e presidente do PSD, Luís Montenegro, aumentou os objetivos salariais para o país, afirmando que quer o salário mínimo nos “1.500 ou 1.600 euros” e o salário médio nos “2.500, 2.800 ou 3.000 euros”, revendo os valores mencionados sexta-feira, quando tinha sugerido aproveitar a mudança das leis laborais para elevar o salário mínimo para os 1.500 euros e o médio para 2.000 ou 2.500 euros.
Este anúncio foi já criticado por outros partidos políticos e pelas centrais sindicais, nomeadamente a CGTP que, no domingo, considerou que a declaração do primeiro-ministro é “um ato desesperado” e “um insulto” aos 2,5 milhões de trabalhadores com menos de 1.000 euros (antes de impostos).
A central sindical também considerou as declarações “um insulto” para “os 1,3 milhões de trabalhadores que têm um vínculo precário ou para os 1,9 milhões de trabalhadores que trabalham aos sábados, domingos ou feriados, ao serão ou pela noite dentro, aos quais falta tempo e melhores condições para viver”.
Também o candidato presidencial António Filipe, apoiado pelo PCP, afirmou na terça-feira que o objetivo definido pelo primeiro-ministro de chegar a um salário mínimo de 1.600 euros entra “flagrantemente em contradição com a prática política deste Governo” e é uma tentativa de desmobilizar a greve geral marcada para quinta-feira.
A CGTP e a UGT convocaram e organizaram uma greve geral na quinta-feira, dia 11 de dezembro, em resposta ao anteprojeto de lei da reforma da legislação laboral, na primeira paralisação a juntar as duas centrais sindicais desde junho de 2013, altura em que Portugal estava sob intervenção da ‘troika’.
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