Face às noticias que tem sido divulgadas pela comunicação social, sobre a falta de mão de obra nas atividades de limpeza e manutenção da floresta, como refere a Associação Nacional de Empresas Florestais, Agrícolas e do Ambiente (ANEFA), que mesmo garantindo, segundo as várias noticias “salários de 1000 euros”, vem reforçar a posição que o Sindicato Nacional da Proteção Civil defende para os Sapadores Florestais e para o Corpo Nacional de Agentes Florestais.
Estes trabalhadores auferem o salário minimo nacional (SNM), sujeitando-se a todos os riscos naturais e mecanicos, ao calor, à chuva e ao frio, em terrenos com acessos inacessiveis, sem terem direito a uma Carreira e um Estatuto Profissional, sem a atribuição de um suplemento de risco e sujeitos a todo o tipo de precariedade laboral.
A posição da ANEFA mostra-nos que a luta pela qual todos os dias batalhamos junto de entidades patronais, Governo e todos os grupos parlamentares é justa e tem a sua razão. É preciso profissionalizar os Sapadores Florestais e o Corpo Nacional de Agentes Florestais, para que possamos garantir a continuidade destes operacionais, valorizando o precioso trabalho que executam durante todo o ano nas nossas florestas em ações de prevenção estrutural contra incêndios e durante o período crítico nas mais diversas ações de prevenção e combate a incêndios rurais.
É urgente que o Governo e os restantes Grupos Parlamentares e Deputados únicos, se unam nas questões destes trabalhadores, aprovando a Integração da Carreira Profissional de Sapador Bombeiro Florestal, na atribuição do Suplemento de Penosidade e Insalubridade, no reconhecimento de profissão de desgaste rápido e na idade da reforma para os 60 anos.
Ao Ministério do Ambiente apelamos que agende a reunião do Grupo de Trabalho, prometido pelo Secretário de Estado Eng. João Catarino no passado dia 20 de julho, para que se possa trabalhar na construção de um Estatuto Profissional e no Acordo Coletivo de Trabalho que seja abrangente aos trabalhadores das Associações de Produtores Florestais, Agrupamentos de Baldios e Conselhos Diretivos.
Já está mais que na hora de mudar o panorama destes trabalhadores e apostar na sua profissionalização, mais uma vez se dá razão à luta que o Sindicato Nacional da Proteção Civil, tem vindo a travar junto de todos. Iremos continuar a lutar, para que se faça justiça. Lutamos para que reconheçam os direitos destes homens e mulheres, que sabem bem das suas obrigações.
Trabalhar de sol a sol ou à chuva, por 665€, deveria despertar a consciência dos nossos decisores políticos…mas parece que está custoso este reconhecimento.
Nem a pagar mil euros empresas arranjam quem queira limpar mato e florestas