A Scheffer, uma das maiores empresas produtoras de cereais e algodão no Brasil, anunciou a adoção de um sistema agrícola regenerativo e a construção da sua própria fábrica de biopesticidas. A empresa torna-se assim a primeiro propriedade rural brasileira certificada com o selo do programa Regenagri, criado pela organização global Control Union, avança o portal Agropages.
Atualmente, a Scheffer possui uma área de produção total de mais de 4 mil hectares de algodão e soja a ser monitorizada pelo programa Regenagri. Além disso, a empresa apostou numa equipa especializada em agricultura regenerativa, que está a trabalhar em exclusivo no desenvolvimento de técnicas que possam ser expandidas a todas as outras unidades de produção da empresa.
“Percebemos que a agricultura convencional é menos rentável e sustentável. A cada ciclo é necessário aumentar a utilização de produtos químicos no controlo sanitário, o que, ao mesmo tempo, aumenta a resistência das pragas e doenças. A única solução é preservar, nutrir e usar a biodiversidade a nosso favor”, disse o diretor da Scheffer, Guilherme Scheffer.
A Scheffer afirma que já utiliza muitas das técnicas agrícolas consideradas regenerativas em todas as suas unidades de produção. Por exemplo, reduziu o uso de químicos e expandiu o uso de pesticidas biológicos, assim como pratica a plantação direta – quando a sementeira é feita diretamente no solo com palha sem a necessidade de arar a terra. O desafio atual é expandir essas práticas.
Fábrica de biopesticidas
A empresa construiu a sua própria fábrica para analisar microrganismos e a indústria biodefensiva. Esta unidade industrial tem como objetivo produzir, armazenar e distribuir produtos biológicos às outras unidades.
A fábrica possui ainda uma estação de tratamento de efluentes industriais, que reutiliza 100% dos resíduos. A água que produz é destinada à irrigação dos jardins. Já os resíduos sólidos são decompostos para gerar biochar usado como fertilizante de colheitas.
Recentemente, a empresa adquiriu uma mineradora de fósforo. Segundo a Scheffer, através dela, consegue-se “produzir um fertilizante 100% nacional, que não tem ingredientes químicos, é altamente solúvel e liberta gradualmente fósforo, minimizando a fixação do nutriente no solo e fornecendo fósforo às colheiras ao longo do tempo durante todo o ciclo”.
O artigo foi publicado originalmente em Vida Rural.