Este semana, pela terceira vez, fui abordado por uma pessoa a falar inglês, com a seguinte conversa: “Estamos a fazer uma obra a 6 km daqui e vai sobrar algum alcatrão…” Não teve tempo de dizer mais, pois eu disse-lhe que não e foi à vida dele num carro branco que me pareceu um opel corsa de último modelo.
Nas outras vezes, em anos passados, também recusei a “oferta”, apesar de achar tentadora. Uma pessoa minha conhecida aceitou a proposta. Ouvi-o depois dizer que “é tudo aldrabice”. Muito recentemente, soube de outro caso: disseram que ia sobrar um pouco de alcatrão ao fim da tarde e faziam um preço barato. Vieram só no dia seguinte, com um camião inteiro e no fim faturaram mais área, mais espessura do que a realidade, passando fatura de uma empresa espanhola com IVA.
Quem quiser saber mais sobre isto tire uns minutos e pesquise notícias sobre “gang do alcatrão”. Vai encontrar notícias da prisão de um desses grupos, os comunicados de aviso da GNR, a notícia de que ameaçavam as vítimas com violência para cobrar mais do que o combinado. Repito aqui um texto importante:
“A GNR aconselha: se tiver conhecimento ou o contactarem para alcatroar ou fazer obras de melhoramento na sua habitação ou empresa, desconfie e contacte de imediato as autoridades.
Um grupo do crime organizado internacional, que atua por toda a Europa, sob o disfarce de uma empresa de aplicação de alcatrão, foi detetado a atuar em Portugal.
As vítimas são, habitualmente, pequenos empresários e proprietários de herdades que dispõem de locais por alcatroar ou com o piso alcatroado em más condições, designadamente estacionamentos ou acessos a casas ou empresas.
Os burlões aproveitam, na maior parte das vezes, a ausência dos proprietários, “invadem” habitações ou empresas, e, sem qualquer autorização, iniciam um trabalho de alcatroamento das entradas ou dos acessos às casas ou edifícios empresariais, disponibilizando serviços de pavimentação, com recurso a maquinaria, a custos reduzidos, com alcatrão excedente de obras anteriores, dispondo-se a cobrar apenas o valor da mão-de-obra.
No final da “obra” realizada, pedem quantias avultadas pelo serviço, exigindo o pagamento em dinheiro, na maioria das vezes ameaçando e intimidando as pessoas para pagarem a quantia e da forma exigida.”
Já sabe: Se um desconhecido lhe oferecer alcatrão, não caia no impulso de aceitar. Partilhe esta informação para que todos se possam prevenir!
#carlosnevesagricultor
#gangdoalcatrao
O artigo foi publicado originalmente em Carlos Neves Agricultor.