O vice-presidente da Agência Portuguesa do Ambiente (APA), Pimenta Machado, mostrou-se hoje confiante que, em breve, será mais simples reutilizar água das Estações de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) para usos não potáveis.
Durante uma cerimónia em São Pedro do Sul, Pimenta Machado disse que se encontra em discussão pública um novo diploma que simplificará o uso dessas águas.
“Está em discussão pública, para dar melhores condições para potenciar essa utilização”, afirmou o responsável.
Pimenta Machado, que hoje esteve em São Pedro do Sul a assinar um protocolo com a autarquia relativo a intervenções de emergência para minimizar os impactos da seca severa naquele concelho, defendeu que é necessário “encontrar novas origens de água”.
“É fundamental reutilizar as águas das ETAR para usos não potáveis. Faz sentido lavar caixotes do lixo com a água que nós bebemos? Choca-nos a todos”, considerou.
Com um tratamento adicional – acrescentou – essas águas podem ser aproveitadas para usos não potáveis, como “lavagem de caixotes de lixo, lavagem de ruas, rega de jardins” e de campos de golfe.
“Queremos muito potenciar pelo país inteiro. Há aqui uma grande oportunidade de termos mais água e pouparmos as águas naturais”, frisou.
Segundo o vice-presidente da APA, já estão a ser regados com esta água campos de golfe no Algarve e o Parque das Nações, em Lisboa, e há mais iniciativas a serem trabalhadas.
No distrito de Viseu, a Câmara de Nelas está a reutilizar água residual tratada para abastecimento de indústrias do concelho.
Em articulação com as empresas, o município implementou “um projeto que visa simultaneamente colaborar na solução do abastecimento de água às indústrias do concelho que dela necessitam para o seu processo produtivo, através da sua reutilização”.
Também o presidente da Câmara de Viseu, Fernando Ruas, disse ter já iniciado um processo com vista ao reaproveitamento das águas residuais tratadas na ETAR Viseu Sul para a rega de espaços verdes públicos.
“Estamos a falar de água tratada, de forma controlada e adequada, em perfeitas condições de ser novamente usada para outros fins necessários, nomeadamente a rega em espaços públicos. Desta forma, não só estamos a concretizar soluções alternativas neste período de seca, como a potenciar uma maior sustentabilidade do sistema”, considerou Fernando Ruas.