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Seca causa preocupação na Argentina por perda de colheitas e morte de animais

A seca persistente, pelo terceiro ano consecutivo, em várias regiões centrais da Argentina está a suscitar inquietações quanto às perspetivas de colheita, em particular da soja, mesmo que as autoridades não estejam alarmadas.

Segundo um relatório, divulgado há dias pelo Sissa, um organismo de acompanhamento das secas, mais de 54% do território argentino vive atualmente um grau de seca ou de ‘stress’ hídrico, do qual 14% atingidos de seca “grave” e nove por cento “de seca extrema ou excecional”.

Ligados à persistência do fenómeno ‘La Niña’ e a uma baixa das precipitações, “o terceiro ano consecutivo de seca que atinge a Argentina teve graves repercussões em diferentes regiões, com a baixa do nível dos rios e perdas de colheitas”, apontou-se naquele documento.

Várias províncias, como as centrais de Cordoba e Buenos Aires e, mais a norte, Santa Fé, relataram nas últimas semanas graves consequências locais sobre as culturas, as sementeiras impossíveis e a morte de animais.

O ministro da Produção da província de Santa Fé, Daniel Costamagna, estimou que, “pelo menos, 30 mil cabeças de gado” morreram na província (que tem a dimensão da Inglaterra) por causa da seca.

Segundo a bolsa de cereais de Rosário, ponto de referência do maior porto cerealífero do país, as exportações de cereais, que tinham excedido os 43 mil milhões de dólares em 2021-2022, “devem baixar 21% (este ano) no melhor dos cenários, de 33% no pior”, em função das precipitações que venham a ocorrer.

No caso da soja, da qual a Argentina é o primeiro exportador mundial, na forma de farinha e óleo, a previsão de 48 milhões de toneladas para a futura campanha pode ficar pelas 41 milhões no melhor dos casos, ou mesmo pela 35,5 milhões no pior, segundo a bolsa.

Mas, durante este fim de semana, o ministro da Economia, Sergio Massa, recusou qualquer alarme, considerando que “o impacto da chuva depois do fim de semana (nas regiões centrais) e durante uma semana vai dar humidade suficiente para obter uma boa colheita anual” de soja.

Sobre o trigo, cuja colheita acabou agora, realçou que o resultado de 14,7 milhões de toneladas, acima dos 10 milhões que se receavam por causa da seca, “é menos do que seria uma boa colheita, mas não a catástrofe que se receou”, nem em termos económicos, nem em termos de abastecimento de mercado.

Massa anunciou uma comissão de acompanhamento do setor agrícola, região por região, setor por setor, zona de solo por zona de solo (húmido ou seca), para determinar com precisão os produtores afetados.


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