O presidente da ACOS – Agricultores do Sul, Rui Garrido, considerou hoje “bem-vinda” a chuva que tem caído no distrito de Beja, nos últimos dias, embora ainda não sirva para “resolver nada” em termos da seca.
“Naturalmente, estamos ansiosos pela chuva” e os agricultores querem “é que chova”, por isso, “é bem-vinda”, disse à agência Lusa Rui Garrido.
Contudo, as chuvadas dos últimos dias têm sido “um bocado irregulares” na região, mais em jeito de trovoada.
“Ontem [quarta-feira], aqui em Beja, choveu por duas ou três vezes bem, forte, e houve sítios aqui bem perto, onde praticamente não choveu”, relatou o responsável da ACOS, sediada na capital do Baixo Alentejo.
Segundo Rui Garrido, há zonas com “20 litros” de chuva, o que “é melhor do que nada”, e outras “com 80”, pelo que é um cenário marcado por “diferenças muito grandes”.
“No primeiro dia choveram 20 litros aqui em Beja, em Ferreira [do Alentejo] estavam 60, em Alvito já estavam 80”, exemplificou.
Mas, indicou também, “Mértola no primeiro dia tinha pouca chuva” e, na quarta-feira, em Ervidel, no concelho de Aljustrel, “não choveu”.
“Mas é bom que chova, é sempre bem-vinda”, mas, por enquanto, “isto não vem resolver ainda nada”, em termos da seca que afeta a região e todo o território continental do país.
“Isto não dá corrimentos de água, por exemplo, para meter água em algumas charcas para abeberamento do gado, não dá para meter água em barragens para a rega”, apontou.
Rui Garrido destacou também que estas primeiras chuvas são importantes para fazer germinar algumas pastagens, mas, para que tal aconteça, é também preciso que ‘S. Pedro continue a mandar água’.
“Os solos estão quentes, têm temperatura e, portanto, estas chuvas até poderão fazer germinar muitas pastagens. É bom que continue a chover para que, depois, essa erva não deixe de ter água no solo e não morra, o que é pior ainda”, explicou.
E, para o dirigente agrícola associativo, “ainda bem que é S. Pedro que gere estas águas”, porque as chuvas dos últimos dias podem não deixar satisfeitos todos os ‘homens da terra’.
“Há sempre agricultores que, se calhar, nesta altura, não queriam tanta água, ou porque estão a vindimar [e] têm problemas com a vindima ou porque estão a apanhar amêndoa”, admitiu.
Mas, insistiu, “a chuva é sempre bem-vinda, nomeadamente quando estamos num período tão alongado de seca”.