Seca. Escassez de água em rios e barragens traz à tona vestígios do passado

As águas do Rio Pó, que atravessa o norte de Itália, atingiram o nível mais baixo dos últimos 70 anos, deixando a descoberto uma embarcação afundada na II Guerra. No Iraque, uma equipa de arqueólogos identificou uma cidade com mais de 3400 anos.

A seca extrema que se faz sentir em várias regiões do mundo tem recentemente trazido à superfície vários vestígios do passado que estavam submersos há décadas e, em alguns casos, até mesmo há séculos. Uma série de fatores, como a falta de precipitação e o aumento generalizado das temperaturas, fortemente impulsionados pelas alterações climáticas, têm contribuído para que estas descobertas se multipliquem nos últimos anos.

Numa reserva natural em Gualtieri, uma vila italiana situada nas margens do Rio Pó, na região de Emilia-Romagna, a situação de seca tem vindo a agravar-se de tal forma que um barco de carga com cerca de 50 metros de comprimento, afundado durante a Segunda Guerra Mundial, acabou por ficar totalmente exposto.

O Zibello, que naufragou em 1943, até aqui permaneceu escondido sob as águas do Pó, mas agora, com os níveis tão baixos, os destroços que restam da embarcação estão visíveis para quem passa por aquelas margens.

O Rio Pó, que percorre 650 quilómetros desde os Alpes Cócios, alimentando várias regiões italianas, para depois desaguar no Mar Adriático, enfrenta atualmente o pior período de seca em 70 anos. Mas estas condições hidrográficas que deixaram a descoberto o Zibello também trazem à luz outros problemas, pois a escassez de água tem afetado a agricultura na região bem como a produção de energia hidroelétrica no país.

As temperaturas mais altas do que o normal, chuvas escassas e muito menos neve durante o inverno, particularmente nos Alpes do Sul, têm contribuído para a seca naquela que é uma das regiões italianas mais dependente da agricultura. A situação é tão crítica que os líderes da Lombardia, Piemonte, Veneto e Emilia-Romagna ponderam declarar o estado de emergência. Algumas autoridades do Norte de Itália apelaram mesmo a 125 cidades abastecidas pela região que racionem o consumo de água potável de forma a restaurar os níveis […]

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