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Seca está a levar elefantes do Quénia até às aldeias. Quem paga os danos?

A seca está a criar um conflito entre as pessoas e os animais selvagens que procuram água e comida, mas deixam um rasto de destruição. Seguros podem proteger os agricultores e também a vida selvagem.

Quando Josephine Kisero se mudou com a família para uma nova casa com um pedaço de terra maior, na aldeia de Mwankoma, no sul do Quénia, planeou cultivar plantações suficientes, incluindo milho, girassóis e mandioca, para sustentar os seus seis filhos.

O que ela não considerou foram os elefantes que vagueiam frequentemente do Parque Nacional Tsavo, atingido pela seca, para a sua aldeia à procura de comida e água.

“Sempre que fazemos culturas, os elefantes aparecem e alimentam-se da maioria delas, enquanto pisam as que não comem”, disse Kisero, de 50 anos, enquanto passeava pela sua quinta de oito hectares [o equivalente a cerca de 306 campos de ténis] com terrenos vazios de solo vermelho solto e salpicada de árvores murchas.

Os animais estão a afastar-se do parque seco porque não encontram lá nada para comer ou beber. Os elefantes famintos atacam, por vezes, as pessoas que estão entre eles e a sua próxima refeição, levando frequentemente os aldeões a matar os animais como vingança ou para proteger as suas culturas, acrescentou Josephine Kisero.

O conflito entre as pessoas e a vida selvagem está a aumentar em todo o Quénia, segundo alertam os conservacionistas, uma vez que as populações humanas em crescimento se espalham cada vez mais para o território animal. As temperaturas mais quentes estão a matar a vegetação e a secar as fontes de água, intensificando a competição entre os dois lados devido à diminuição do fornecimento de alimentos.

Em resposta, um novo projecto, reunindo o governo e as companhias de seguros locais, visa abordar o problema crescente ao ajudar a proteger os meios de subsistência e, por sua vez, a vida selvagem.

Desenvolvido pelo International Institute for Environment and Development, sediado em Londres, o plano consiste em proporcionar uma rápida compensação aos agricultores cujas culturas são destruídas por elefantes e outros animais selvagens, aliviando o impacto financeiro e encorajando-os a coexistir.

“Esperamos que o plano proporcione uma almofada às comunidades (…) que são forçadas a pagar o preço máximo por viverem perto da vida selvagem”, disse Barbara Chesire, directora executiva da AB Consultants, que está a trabalhar para estabelecer a fase piloto do projecto nos condados de Kajiado e Taita Taveta.

O esquema de seguros, que […]

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