Especialistas em segurança alimentar dizem que a vida continua “extremamente crítica” para mais de seis milhões de pessoas famintas devido à atual seca histórica na Somália.
Numa avaliação divulgada hoje pela Organização das Nações Unidas (ONU) e organizações não-governamentais, os especialistas não projetam mais fome para as quase 250 mil pessoas mais afetadas pela falta de alimentos entre abril e junho.
A previsão regista “taxas de mortalidade muito altas” nas populações mais afetadas, que incluem pessoas que fugiram para a capital, Mogadíscio, e a cidade de Baidoa, no sudoeste.
A avaliação alivia apenas ligeiramente os alertas de insegurança alimentar aguda, já que a região do Corno de África enfrenta a possibilidade da falta de uma sexta temporada consecutiva de chuvas nas próximas semanas.
Algumas organizações humanitárias e climáticas alertaram nas últimas semanas que as tendências são piores do que na fome de 2011 na Somália, na qual morreram 250 mil pessoas.
Milhões de cabeças de gado morreram na atual crise agravada pela mudança climática e pela insegurança, que acontece quando a Somália luta contra milhares de combatentes do Al-Shebab, organização ligado à Al-Qaida na África Oriental.
A agência de migração da ONU diz que 3,8 milhões de pessoas estão deslocadas, um recorde.
A nova avaliação de segurança alimentar diz que quase meio milhão de crianças na Somália provavelmente estarão gravemente desnutridas este ano.
A avaliação anterior, divulgada em dezembro, projetava fome para as pessoas deslocadas para Mogadíscio e Baidoa, juntamente com as comunidades rurais nos distritos de Baidoa e Burhakaba.
Mas a nova avaliação diz que mais ajuda humanitária e previsões ligeiramente melhores para a próxima estação chuvosa “provavelmente contribuirão para um leve alívio da insegurança alimentar e das condições agudas de desnutrição, incluindo melhor acesso à água”.
Tal depende, no entanto, das chuvas e se a ajuda conseguir chegar às pessoas mais vulneráveis, considera a avaliação.