As Alterações Climáticas constituem uma realidade e uma prioridade, face aos seus impactos presentes e futuros sobre os ecossistemas, a economia e a sociedade, como tem ficado bem patente nos últimos dias em vários locais do mundo.
Os estudos efectuados indicam que Portugal e a região mediterrânica se encontram entre as zonas europeias com maior exposição e vulnerabilidade aos impactes das Alterações Climáticas.
O aumento das temperaturas, as mudanças nos padrões de precipitação, o aumento da variabilidade e irregularidade climática, bem como a maior frequência, persistência e intensidade de eventos extremos, conduzem a um aumento dos riscos potenciais e da vulnerabilidade dos nossos sistemas de produção agrícola e florestal.
O Acordo de Paris alcançado em 2015 estabeleceu objetivos de longo prazo de contenção do aumento da temperatura média global a um máximo de 2°C acima dos níveis pré-industriais até 2050, com o compromisso por parte da comunidade internacional de encetar todos os esforços para que esse aumento não ultrapasse 1,5°C, valores que a ciência define como máximos para se garantir a continuação da vida no planeta sem alterações demasiado gravosas.
Da mesma forma, a recente aprovação da primeira Lei Europeia do Clima pela Comissão Europeia, sob a presidência Portuguesa, visa verter em lei o objetivo estabelecido no Pacto Ecológico Europeu de neutralidade climática até 2050. Com este novo quadro legal pretende-se garantir que todas as políticas da UE estejam alinhadas com este objetivo e que todos os setores da economia e da sociedade participem ativamente neste desiderato.
Face aos evidentes e crescentes desafios que se colocam ao nosso país, a Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) desafiou o Centro Nacional de Competências para as Alterações Climáticas do Sector Agroflorestal (CNCACSA), o Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária (INIAV) e o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) para apresentarmos um projecto nacional transversal a diversas culturas e regiões, que mobilize e una todo o sector agro-florestal em torno das Alterações Climáticas, denominado “Ação Climática – Avaliação, Mitigação e Adaptação às Alterações Climáticas no Sector Agroflorestal”.
Dada a importância desta iniciativa para o nosso país, foram convidadas 49 Entidades entre as quais Instituições do meio Científico-Académico, Organizações de Agricultores e de Produtores Florestais e os principais Organismos da Administração Central do Estado, num claro sinal de união e concertação de esforços em torno de uma temática tão relevante para o nosso país como são as Alterações Climáticas.
Cientes dos desafios que se colocam ao nosso país, terá assim lugar no próximo dia 27 de Julho, no auditório da Reitoria da Universidade NOVA de Lisboa, sito no Campus de Campolide, em Lisboa, uma Conferência que reúne alguns dos principais especialistas nacionais em Alterações Climáticas, subordinada ao tema “Alterações Climáticas: que desafios para o sector Agroflorestal nos próximos anos?”.
Durante esta iniciativa será assinado um Protocolo de Entendimento entre todas as Entidades que aceitaram participar neste mobilizador projecto.
Devido às limitações impostas pela COVID19, a participação presencial nesta Conferência está limitada a convidados, colocando-se no entanto a hipótese de a acompanhar remotamente, agradecendo que até dia 26/07/2021.