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Sector da agricultura exige políticas de incentivo à formação técnica para maior eficiência económica e ambiental

“O Conhecimento na agricultura do futuro” foi o mote para um debate entre especialistas que recentemente se reuniram no Instituto Superior de Agronomia (ISA), em Lisboa, para discutir caminhos e soluções para uma maior eficiência económica e ambiental do sector. Numa conferência que contou com a presença de Maria do Céu Antunes, Ministra da Agricultura e da Alimentação, os especialistas apontaram a necessidade de criar políticas de incentivo à formação técnica que estimulem os agricultores a encontrar respostas para as exigências ambientais e económicas actuais.

“Apesar de existir muita informação disponível, nem sempre o conhecimento está facilmente acessível aos agricultores. A nossa equipa conta com mais de 4 mil técnicos de terreno em todo o mundo, com centros de investigação próprios – nomeadamente, o Centro Mundial de Inovação – e com mais de 250 parcerias de investigação, pelo que entendemos que devemos contribuir para a criação de conhecimento em Nutrição Vegetal”, destaca Rui Rosa, Presidente da Vitas Portugal, promotora do primeiro curso de capacitação em nutrição vegetal a nível nacional.

Foi com este propósito que a Vitas Portugal e o Instituto Superior de Agronomia (ISA) assinaram um memorando de entendimento no âmbito da investigação em projectos nacionais e internacionais, assim como o desenvolvimento de planos, estudos e projectos, contribuindo para a capacitação técnica e para a criação de estágios científicos e técnicos de interesse comum. O memorando de entendimento pretende ainda ser a base de uma estreita colaboração entre a Vitas Portugal e o ISA, que se concretiza já num projecto na área da formação no sector da agricultura, com arranque previsto para o segundo semestre de 2022 em todo o País.

“A necessidade de aumentar a eficiência da utilização dos nutrientes aplicados às culturas, tanto por motivos ambientais com económicos, tem levado a uma grande evolução do conhecimento na área da nutrição e da fertilização das culturas. Na União Europeia, este conhecimento é fulcral para que as metas definidas na estratégia “do Prado ao Prato” sejam atingidas. O ISA é a escola de referência do Ensino Superior Agrário e é sua missão gerar conhecimento, promover a inovação e transferir conhecimento e tecnologia, sendo neste contexto que surgem os cursos em parceria com empresas líder do sector”, refere Henrique Manuel Ribeiro, Professor de Nutrição Vegetal, Fertilidade do Solo e Fertilização das Culturas, responsável do Curso em Nutrição Vegetal.

Com os contributos da PH+ e da Agroges, a Vitas Portugal e o ISA preparam-se para formar a primeira geração de nutricionistas de plantas, com arranque dos trabalhos agendado já para o início de Julho, o que “permitirá um reforço das competências técnicas de base, mas igualmente um melhor conhecimento dos novos fertilizantes e das novas tecnologias de aplicação. A formação é ainda ministrada sob a forma convencional e justifica-se uma nova abordagem centrada no incremento da eficiência da utilização de fertilizantes, permitindo o fornecimento de cada vez menor quantidade de fertilizantes, mas de uma qualidade e diversidade muito superior conseguindo o melhor desenvolvimento das culturas e sem impactos ambientais negativos” na opinião de Francisco Avillez, Coordenador Científico e Metodológico da Agroges.

Por sua vez, a PH + considera que “nesta era marcada por intensas mudanças, a formação contínua é essencial para o sucesso profissional. Na área da agricultura, as necessidades de formação são elevadas, porque a formação de base é baixa e as mudanças serão particularmente exigentes. Este curso de nutrição vegetal colocará os participantes num patamar profissional qualitativamente superior.” Paulo Vitória, Psicólogo, afirma que “o curso conjuga conhecimentos das ciências agrícolas e comportamentais para promover a melhor aprendizagem na componente técnica e facilitar a gestão eficaz das mudanças que condicionam a aplicação das boas práticas agrícolas.”

“O potencial de novas investigações é importante. Mas podemos transferir conhecimento para produzir soluções locais. A questão da produção e escassez de alimentos passa pelo nosso contributo para encontrar soluções para minimizar os problemas”, remata Pedro Jordão, Investigador do INIAV.


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