O setor da banana da Madeira “bateu todos os recordes” em 2022, o seu “melhor ano de sempre”, apresentando um crescimento de 144% no rendimento dos produtores, disse hoje o PSD no parlamento regional.
“Salvámos a banana da Madeira”, declarou o deputado social-democrata Nuno Maciel numa intervenção política no plenário da Assembleia Legislativa da Madeira, no Funchal, destacando a política e os investimentos feitos no setor pelo Governo Regional (PSD/CDS-PP).
O parlamentar referiu que, em 2009, se verificava uma situação de “gestão danosa” por parte das cooperativas de banana, que estavam “falidas”, o que provocou o “caos no setor” na região, com impacto na capacidade de escoamento.
Nuno Maciel destacou que a criação da Gesba – Empresa de Gestão do Setor da Banana operou uma mudança, dando “estabilidade e segurança” aos que vivem desta produção agrícola.
“A Gesba pagou milhões de dívidas deixadas pelas cooperativas que iam assassinando o setor”, sublinhou.
O deputado referiu que em 2009, primeiro ano de gestão desta empresa, foram produzidas 13.900 toneladas por 2.771 agricultores, que representaram uma faturação de cerca de 8,6 milhões de euros, com o pagamento, em média, de 0,62 cêntimos por quilo.
No fecho de 2022, com 2.991 produtores, foram atingidas as 22.700 toneladas, que significaram um rendimento de 21,2 milhões de euros, tendo sido pagos em média 0,84 cêntimos por quilo.
“A produção cresceu 63% e houve um crescimento de 144% no rendimento do setor”, destacou, acrescentando que 81% da banana colocada no mercado é de qualidade extra.
O deputado do PSD também destacou os 20 milhões investidos pelo Governo Regional em infraestruturas, como os centros de processamento.
Pelo PS, o maior partido da oposição (ocupa 19 dos 47 lugares no hemiciclo), o deputado Victor Freitas criticou a política do Governo Regional por ter aplicado “mecanismos para criar o monopólio no setor” e impedir “outros de entrar”.
Para a socialista Silvia Silva, com a criação da empresa gestora os produtores de banana tornaram-se seus “escravos, sem poder vender diretamente o seu produto”. A deputada criticou as “obras megalómanas” que não beneficiam os agricultores.
No início dos trabalhos da agenda do plenário, os deputados fizeram um minuto de silêncio pela morte das pessoas afetadas pelo sismo na Turquia e na Síria, tendo a mesa da Assembleia da Madeira apresentado um voto de pesar.
Os sismos que devastaram há uma semana o sul da Turquia e o noroeste da Síria causaram pelo menos 40.943 mortes, segundo o mais recente balanço da Organização Mundial de Saúde (OMS), hoje divulgado.
Os dados avançados pelo diretor do Departamento Regional de Emergências da OMS, Rick Brennan, indicam que os terramotos provocaram 31.643 mortos na Turquia e cerca de 9.300 na Síria.