À seca e aos efeitos de dois anos de pandemia, junta-se agora o impacto de uma guerra que fez disparar o custo dos combustíveis e das matérias-primas.
A ministra da Agricultura garante que não haverá falta de bens alimentares, mas não nega uma subida dos preços por causa do aumento dos custos de produção. Nas próximas semanas, Maria do Céu Antunes espera da Comissão Europeia mais apoios para um setor que tem alertado para as dificuldades que enfrenta.
À seca e aos efeitos de dois anos de pandemia, junta-se agora o impacto de uma guerra que fez disparar o custo dos combustíveis e das matérias-primas. Será, por isso, inevitável uma subida de preços nos produtos alimentares em Portugal, nomeadamente legumes e frutas, mas também na carne ou no leite, devido à dificuldade dos produtores na compra de ração para os animais.
A ministra Maria do Céu Antunes garante que o Governo está a fazer o que pode junto da Comissão Europeia para conseguir mais ajudas.
“Como já fizemos do ponto de vista dos apoios à energia e aos combustíveis, medidas de âmbito nacional que têm influência também no setor agrícola, vamos conseguir a todo o tempo as medidas necessárias e suficientes para também pudermos apoiar os agricultores”, garantiu.
Na segunda-feira, vai reunir-se com as confederações e na semana seguinte vai a Bruxelas reunir-se com os responsáveis pelos 27 e adianta que, com Espanha, Portugal já pediu à Comissão Europeia que alargue o período de apoios extraordinários pela pandemia, justificados agora pela situação atual.
“Não temos à data qualquer informação que nos leve a antever rutura de stocks, os preços obviamente que vão aumentar, por isso mesmo o Governo e a Comissão Europeia (…) estão também a encontrar forma de estabilizar os mercados”, adianta a ministra
Portugal importa da Ucrânia cereais para alimentação animal e está já em contactos na América do Norte e na América do Sul para encontrar alternativas. Os cereais para consumo humano vêm sobretudo de França. Quanto à preocupação com o óleo de girassol, usado em conservas, a ministra lembra que Portugal foi recordista na produção de azeite no ano passado.