Mais cinco aldeias do centro de Moçambique ficaram hoje com os campos agrícolas submersos, elevando para 1.748 hectares a área tomada pela subida do rio Búzi, só num distrito, disse hoje à Lusa fonte estatal.
“A água tinha baixado consideravelmente de manhã, mas, pouco depois, o caudal do rio subiu de forma galopante”, explicou Sérgio Costa, secretário permanente do distrito de Búzi, província de Sofala.
“A situação está a tornar-se preocupante”, acrescentou.
Estaquinha, Mupira, Mussenemo, Tchindo e Grudja são as zonas com campos inundados num distrito que em 2019 esteve parcialmente submerso durante vários dias depois do ciclone Idai.
Culturas de arroz e milho estão perdidas devido às chuvas que caem a montante, sublinhou Sérgio Costa.
O dirigente disse que a oscilação do caudal do rio reflete chuvas intensas que caem a montante desde a última semana, bem como as descargas, de controlo, efetuadas pelas barragens de Chicamba e Mavuzi, na província de Manica.
As autoridades estão a mobilizar a população a retirar-se “com urgência” das zonas baixas, acrescentou o secretário permanente, referindo que o relato de novos espaços inundados vai subindo com o trabalho de monitorização no terreno.
Estima-se que 5.165 famílias dos postos administrativos de Búzi sede e Estaquinha estejam a ser atingidos de forma severa pelas inundações, detalhou.
Atualmente, disse Sérgio Costa, há famílias camponesas sem habitações ou campos agrícolas e outras ficaram perderam ambos, estando em curso um levantamento para se direcionarem apoios.
“Estamos a desagregar estas informações dos afetados com as equipes no terreno” afirmou Costa, assegurando que cada família tem um talhão na zona alta, para onde tinham sido direcionados após as cheias de 2019, após o Idai.
“Toda a população recebeu talhões na zona alta de Guara-guara, para onde fomos instruídos a deslocar a vila. Mas as pessoas continuam a praticar agricultura nas zonas baixas e quando há estas situações de cheia fogem para a zona alta”, explicou.
O governo distrital de Búzi aumentou de cinco para sete o número de embarcações de resgate, uma das quais disponibilizada pela administração marítima de Sofala, para “responder a casualidades que venham se registar”, durante o período chuvoso.
Entretanto, Teixeira Almeida, delegado em Sofala do Instituto Nacional de Gestão de Desastres (INGD), disse que 1.256 famílias tinham sido afetadas até hoje pelas inundações nos distritos de Búzi e Nhamatanda.
As intempéries causaram ainda oito feridos e três óbitos por descargas atmosféricas, acrescentou.