A Federação Portuguesa de Associações de Suinicultores (FPAS) reclamou hoje “medidas urgentes e necessárias” para “conter a escalada dos custos de contexto” de que os seus associados se queixam.
Em particular, a FPAS, em comunicado, exemplificou com “a convergência fiscal com a média da União Europeia em matéria de serviços energéticos e a eficaz regulação de práticas comerciais nas relações da cadeia de valor”.
No seu texto, a federação salientou que “o segundo semestre de 2021 tem-se caracterizado por um período de crescentes dificuldades provocadas pelo aumento substantivo dos custos de produção, decréscimo acentuado dos preços pagos aos produtores e contração do comércio internacional”.
De forma concreta, apontou que em outubro “o preço dos combustíveis é 28% mais elevado que no período homólogo de 2020” e que “o preço da eletricidade é nalguns casos 50% mais elevado que há um ano”.
No rol das suas preocupações, a FPAS mencionou também o aumento em 20% dos custos com a alimentação animal no último ano, a descida continuada dos preços pagos aos produtores (27% homólogos em setembro de 2021).
Por outro lado, os produtores queixam-se da descida do consumo interno em cerca de 3,2% e não esperam que recupere no que falta do presente ano.
As preocupações da FPAS são ainda resultado do abrandamento “substancial” da procura externa, o que cria um excesso de produto, o que força a descida dos preços, e das “sistemáticas campanhas de promoção com incidência sobre a carne de porco”, feitas pelos operadores do retalho alimentar, o que “esmaga ainda mais as margens de toda a fileira, já de si iníquas”.
Por fim, a FPAS lamenta a ausência de “uma estratégia governamental incentivadora do consumo de produtos nacionais e impulsionadora das cadeias curtas de abastecimento”.