Supostos terroristas raptam “duas crianças” em Mocimboa da Praia 

aptaram duas crianças de 12 e 13 anos de idade”, disse uma fonte local, a partir de Mocímboa da Praia.

O caso, hoje conhecido, segundo as mesmas fontes, envolveu o rapto das duas crianças na noite de 04 de novembro quando os supostos rebeldes entraram disfarçados no bairro Nabubusi, nos arredores daquela vila.

Segundo os residentes, até a data não se sabe o paradeiro dos menores, perante a suspeita que seja mais uma ação para dos insurgentes para engrossar as fileiras de recrutamento destes grupos.

Deste ataque não se registaram vítimas mortais, mas a situação criou pânico no bairro e locais próximos devido aos disparos que se fizeram ouvir até de madrugada.

Pelo menos três pessoas já tinham sido raptadas também por supostos terroristas no distrito de Metuge, a cerca de 50 quilómetros da cidade de Pemba, capital da província de Cabo Delgado, conforme noticiado então pela Lusa.

Segundo fontes locais, as vítimas, camponeses locais, foram raptados quando tentavam atravessar um riacho, nas matas de Matemo, a caminho dos seus campos agrícolas.

A província de Cabo Delgado, no norte de Moçambique, rica em gás, é alvo de ataques extremistas há oito anos, com o primeiro ataque registado em 05 de outubro de 2017, no distrito de Mocímboa da Praia.

Um levantamento da organização de Localização de Conflitos Armados e Dados de Eventos (ACLED, na sigla em inglês) estima que a província moçambicana de Cabo Delgado registou, pelo menos, 12 eventos violentos entre 13 e 26 de outubro, essencialmente envolvendo extremistas ligados ao Estado Islâmico, provocando 18 mortos entre civis.

De acordo com o mais recente relatório da ACLED, dos 2.236 eventos violentos registados desde outubro de 2017, quando começou a insurgência armada em Cabo Delgado, um total de 2.061 envolveram elementos associados ao Estado Islâmico Moçambique (EIM).

Estes ataques provocaram em pouco mais de oito anos 6.659 mortos, refere o novo balanço, incluindo as 18 vítimas reportadas em menos de duas semanas em outubro.

O relatório da organização refere ainda que, neste período, Cabo Delgado “testemunhou um aumento na atividade insurgente”, com elementos associados ao Estado Islâmico de Moçambique (EIM) a atacarem as forças de segurança nos distritos de Montepuez e Muidumbe, “provocando baixas”.

“Os insurgentes também continuaram a matar civis nos distritos de Mocímboa da Praia, Muidumbe e Metuge. As operações do EIM foram agravadas por outros padrões de instabilidade, particularmente em torno de áreas de mineração em Montepuez”, escreve a ACLED.

A organização aponta igualmente o risco contínuo para as comunidades piscatórias, apanhadas em ataques de insurgentes e em ofensivas das autoridades contra os grupos terroristas.

A “dispersão da atividade” por Cabo Delgado sugere que estes grupos operam em unidades dispersas, permitindo “aos insurgentes expandir as operações para além dos tradicionais redutos”.

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