Associação Nacional de Empresas Florestais, Agrícolas e do Ambiente
Suspensão do Regime de Transição do ProDeR Afinal, em que é que ficamos?
Lamentavelmente, e sem qualquer tipo de aviso prévio, foi ontem anunciada, já fora de horas, a suspensão do Regime de Transição do PRODER, colocando centenas de empresas dos sectores agrícola e florestal em estado de choque.
Quem conhece os procedimentos a que estão sujeitos estes projetos de investimento, sabe bem que o trabalho inerente à sua realização começa muito antes da entrega do Pedido de Apoio, com a elaboração do próprio projeto e dos planos e estudos muitas vezes exigidos, pelo que a ANEFA considera que esta decisão a ser tomada, requeria no mínimo a existência de um prazo limite para a apresentação das candidaturas em elaboração, evitando lesar beneficiários, projetistas e todos os comerciantes de equipamentos associados aos projetos agrícolas e florestais. Estamos a falar de centenas de projetos que estão atualmente em curso.
Foi comunicado pelo Governo, no início de 2014, que os projetos de investimento iriam continuar a ser analisados ao abrigo de um Regime de Transição, com a possibilidade de financiar com o orçamento do novo PDR as candidaturas aprovadas no ProDeR ao longo de 2014, no limite até à aprovação do novo PDR por Bruxelas.
Esta nova condição, encarada pela Tutela como a melhor forma de corresponder à dinâmica de investimento que o sector tem vindo a manifestar, assegurando que o acesso ao financiamento se continuará a processar de forma adequada, eficaz e com estabilidade, sem hiatos nem sobressaltos, foi uma vitória amplamente anunciada pelo atual Governo, e merecedora do apoio de todos os agentes do sector.
As expectativas estavam criadas. Todos os agentes louvaram esta iniciativa sem precedentes e também eles se empenharam no bom desenvolvimento do Programa, divulgando este Regime de Transição e incentivando os beneficiários para esta oportunidade única para o investimento no Mundo Rural.
O próprio comunicado que anuncia a suspensão refere que As disposições da regulamentação comunitária relativas à transição visavam assegurar condições que permitissem evitar hiatos e perturbações na implementação dos instrumentos de apoio ao desenvolvimento rural. Maior perturbação ou hiato do que a alteração das regras sem aviso prévio seria difícil!!!!!
Face a esta ruptura abrupta de apoio ao investimento, a ANEFA dirigiu já uma carta à Srª Ministra da Agricultura e do Mar, questionando a decisão, e apelando ao apoio efetivo à Agricultura e Floresta, como tem sido desígnio do seu Ministério, e como foi aliás reforçado no âmbito da Conferência Política Agrícola Comum 2014-2020, que se realizou no passado dia 9 de Junho em Santarém.
É a credibilidade de todos que está em causa, após o esforço realizado, podendo conduzir novamente a uma situação de descrédito quanto à futura utilização de apoios comunitários, deitando assim por terra todo o trabalho realizado nos últimos anos.
Lisboa, 1 de Julho de 2014
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