A revista Agrotec viajou até à Carmarga, no sul de França, para conhecer o projeto “Sustainable EU Rice, Don’t Think Twice” (Arroz Europeu Sustentável, Não Pense Duas Vezes). Este projeto foi pensado por um português, Pedro Monteiro, vice-presidente da Casa do Arroz e diretor-geral da Associação Nacional dos Industriais de Arroz (ANIA), que nos acompanhou nesta viagem, nos explicou tudo sobre o arroz, falou sobre as dificuldades que o setor enfrenta e o que espera para o futuro do cereal no país e da Europa. Neste projeto ambicioso, Portugal, França, Itália e Alemanha andam de mãos dadas, em prol da difusão e promoção do arroz Japonica europeu, evidenciando a sustentabilidade ambiental do setor.
A CAMARGA
Rodeada de lagoas e conhecida pelos flamingos rosa e os cavalos brancos, a Carmaga está situada junto ao mar Mediterrâneo, a oeste da Provença e a sul da cidade de Arles. Os seus terrenos férteis, graças à construção de diques e equipamentos de rega, facilitam a viticultura, o cultivo de fruta e de arroz. Foi aqui que visitámos os vários campos de arroz e fábricas de secagem e embalamento (Figura 1). Tivemos, ainda, a oportunidade de observar, em primeira mão, uma nova forma de replantar, que damos agora a conhecer.
CENTRO FRANCÊS DO ARROZ, UM INSTITUTO AO SERVIÇO DO SETOR
Composto por 31 membros, e com um budget anual de 500 mil euros, o Centro Francês do Arroz tem como missão dar aos produtores meios para produzir um produto de qualidade, a um custo competitivo, no âmbito de uma relação harmoniosa com o meio ambiente. Retomando as missões habituais de um Centro Técnico, o Centro Francês do Arroz experimenta técnicas de cultivo, implementa um programa de seleção de variedades e também fornece apoio técnico constante aos produtores.
ARROZ SUSTENTÁVEL EM QUE MEDIDA?
O arroz é sustentável porque, ao longo das últimas décadas, todos os países da Europa têm trabalhado para tentar utilizar menos água, usar menos pesticidas, herbicidas, adubos, entre outros. Portanto, o arroz é uma cultura onde há menos inputs, menos custos na conta de cultura e onde se produz da maneira mais eficaz. A Comissão Europeia tem banido vários pesticidas e fungicidas, o que faz com que restem, cada vez menos moléculas para […]