Em 2024, o Valorfito – Sistema Integrado de Gestão de Embalagens e Resíduos em Agricultura registou uma redução de 5,7% na taxa de retoma global de embalagens vazias de produtos fitofarmacêuticos, sementes e biocidas, contrariando a sequência de crescimento contínuo verificada nos últimos anos. Em comunicado, a entidade afirma que «2024 encerrou de forma particularmente exigente e intensa para o Valorfito», que esta quebra «é uma chamada global à acção do Valorfito e do sector», que ela reforça «a urgência de sensibilização» e que a entidade está a intensificar o investimento na «sensibilização do sector» – «o Valorfito está em campo, com acções de consciencialização e aproximação aos profissionais do sector».
A entidade salienta que, no ano passado, as quantidades totais recolhidas suplantaram as 581 toneladas, mas que ocorreu também um aumento de 27% na quantidade de embalagens declaradas (ver quadro em baixo). O Valorfito indica que foram concluídas 1.044 operações de levantamento, um total superior ao de 2023.
A entidade refere que «manteve a sua estratégia de reforçar a capacidade de resposta, através da contratação de mais e melhores serviços». António Lopes Dias, director geral do Valorfito, assinala que esse reforço «para 2025 já está a ser redobrado, com um aumento no número total de Operadores de Gestão de Resíduos e com uma aposta clara na comunicação de proximidade, através da implementação de programas como o Valorfito ao Vivo. Um projecto onde percorreremos o país de norte a sul, ao longo de todo o ano, sensibilizando os profissionais do sector para a importância de contribuir para o tratamento e gestão de embalagens usadas».
A taxa de retoma de embalagens de fitofármacos atingiu 59,4%, tendo havido um incremento de 28,4%, em relação a 2023, no número de embalagens declaradas. O Valorfito salienta que se assistiu, «pela primeira vez», a uma subida na taxa de retoma de biocidas – «espelho do esforço e empenho contínuos do sistema, ano após ano, para melhorar a comunicação com os agricultores e sensibilizá-los para a importância da retoma destas embalagens em particular».
António Lopes Dias realça que, «à semelhança de outros anos, um dos maiores desafios continua a ser o sector das sementes, onde se regista um expressivo decréscimo, e que, por isso, se mantém como a principal prioridade para o sistema», acrescentando que este é um segmento, comparativamente aos restantes, «pouco maduro no que respeita à recolha, mas que integra de igual forma as nossas preocupações globais». A propósito da divulgação destes dados, o Valorfito «agradece a todos os intervenientes no processo de recolha e tratamento pelo seu esforço, profissionalismo, sentido de responsabilidade, empenho, voluntarismo e resiliência, mantendo o plano e objectivo de atingir no final deste ano as metas de taxa de retoma, mesmo nos momentos de maior pressão».
Para o director geral da entidade, «os resultados deste ano exigem uma acção concertada e um foco muitíssimo apurado para dar resposta aos desafios e, por isso, Valorfito está a reforçar este ano a sua comunicação, assim como as suas acções de sensibilização em campo, procurando estar ainda mais próximo de todos os profissionais, entender as suas dores e oferecer-lhes respostas que nos ajudem a, juntos, dar a volta a estes números». «A verdade é que o trabalho da Sigeru não pára, é crescente. Em 2025, estaremos a fazer o balanço da recolha de um número ainda maior de fluxos e, por isso, mais do que nunca é preciso saber que estamos próximos, unidos e determinados a atingir as metas definidas. Ainda assim, gostaríamos muito de felicitar os agricultores que, com o máximo sentido de responsabilidade, já entregam, ano após ano, as suas embalagens, um procedimento fundamental para o sucesso do sistema e para a preservação do ambiente e do nosso planeta», comentou.
O artigo foi publicado originalmente em Revista Frutas Legumes e Flores.