
No sistema de dois nomes para a identificação de cada espécie, Lineu propôs que o primeiro seria o nome do género a que pertence e o segundo um nome específico alusivo a uma característica da espécie. Estes nomes seriam em latim, que era na altura a língua franca, usada para partilha do conhecimento.
Este sistema de duplo nome, em latim, permitiu acabar com designações extensas (por vezes com mais do que uma linha de texto) e com diferentes designações para a mesma espécie. Veio, assim, trazer ordem ao caos que existia na nomenclatura e que dificultava o entendimento nas ciências naturais, designando inequívoca e globalmente cada espécie através desta sequência de dois nomes. Uma vez aceite pela comunidade científica, este código prevalece até à atualidade.
A obra “Species Plantarum” de Carl Lineu (1753), definiu a espécie como a categoria básica de toda a taxonomia e estabeleceu que uma espécie só é reconhecida como válida depois de ter sido descrita cientificamente e divulgada numa publicação científica. Mais tarde, em 1958, uma nova regra determinou que a descrição de uma espécie tem de ser complementada com a deposição de um exemplar de referência – designado como “holótipo” – num herbário ou numa coleção pública.
Esta obra de Lineu continha a descrição de todas as plantas conhecidas até então e foi a primeira a usar esta nomenclatura binomial para cada espécie, aplicando também a classificação (arrumação) das plantas nas categorias taxonómicas fundamentais por ele definidas.
O artigo foi publicado originalmente em Florestas.pt.