A Tetra Pak uniu-se ao projeto europeu Graphene Flagship para a investigação do grafeno na indústria da alimentação e bebidas, como único representante do setor das embalagens
Esta iniciativa da Comissão Europeia envolve académicos e outros profissionais da indústria com o objetivo de analisar as possíveis aplicações do grafeno, por se tratar do material mais fino, leve e resistente que se conhece até à data
São muitos os que reconhecem o grafeno como o material do futuro. Composto à base de carbono, trata-se de um dos materiais mais finos que se conhece hoje em dia (aproximadamente um átomo de espessura) sendo por sua vez incrivelmente forte (aproximadamente 200 vezes mais forte que o aço). É também um excelente condutor de calor, eletricidade e um bom absorvente de luz.
Tendo em conta estas propriedades, já há alguns anos que se têm vindo a estudar as vantagens que o uso do grafeno pode trazer a qualquer indústria, incluído a da alimentação e bebidas, e, mais concretamente no seu uso em soluções de embalagem, área em que a Tetra Pak é líder a nível mundial.
Neste contexto e de modo a aprofundar o estudo deste inovador material, a Tetra Pak associou-se ao projeto europeu Graphene Flagship como único representante do setor das embalagens e tratamento de alimentos. Este projeto, dirigido pela Comissão Europeia, reúne académicos e profissionais de diferentes setores, com o objetivo principal de explorar as possíveis aplicações que tem o grafeno no setor de alimentação e bebidas.
Como referência em Research & Development para o setor de embalagens alimentares, a Tetra Pak encontra-se já a avaliar o potencial de aplicação do grafeno num conjunto de inovações que irão revolucionar a indústria alimentar e de bebidas.
Estas aplicações incluem:
- Inovação nos materiais utilizados nas embalagens: A Tetra Pak está a estudar de que maneira se poderá converter o grafeno numa alternativa de materiais para embalagens que reduza a pegada de carbono na cadeia de produção.
- Embalagens inteligentes: Outra aplicação do grafeno passa pelo uso deste material no fabrico de embalagens inteligentes. Os sensores flexíveis ultrafinos de grafeno podem ser integrados em todas as embalagens da Tetra Pak como portadores de informação, tanto para os retalhistas como para os consumidores. Além disto, os sensores de grafeno são mais pequenos, mais leves e mais económicos que os sensores tradicionais.
- Equipamentos de nova geração: Além das embalagens, a investigação incide também sobre os equipamentos e de que forma o grafeno pode ajudar a desenvolver tecnologia mais leve e eficiente do ponto de vista energético, potencialmente reduzindo o consumo de energia. Com estas pequenas modificações nos equipamentos será possível poupar tempo e dinheiro.
Sara de Simoni, Vice-presidente de Engenharia de Equipamentos da Tetra Pak, explica que: “Na Tetra Pak apostamos na inovação constante e pela busca de novas alternativas que melhoram as nossas embalagens. O nosso envolvimento neste projeto sobre o grafeno com a Comissão Europeia é um exemplo disto. Para nós é um privilégio ser o único representante do setor da alimentação e bebidas nesta iniciativa, o que nos posiciona numa situação de vantagem para abordar os desafios que se apresentam, no âmbito da investigação e junto dos nossos parceiros da indústria.”
Sobre a European Graphene Flagship:
Criada no ano de 2013, a Graphene Flagship é um dos primeiros projetos desenvolvidos pela Comissão Europeia para o Futuro e Tecnologia Emergente (FET), cuja missão é abordar os grandes desafios científicos e tecnológicos do nosso tempo, unindo para isso esforços multidisciplinares de investigação e desenvolvimento. Para isto, a Graphene Flagship propõe-se a reunir investigadores académicos e industriais, capazes de retirar o grafeno do âmbito puramente académico e dispostos a procurar aplicações reais na sociedade nos próximos 10 anos, gerando crescimento económico, novos empregos e oportunidades.
O professor Konstantin Novoselov, vencedor do Prémio Nobel da Física em 2010 pela descoberta e estudo do grafeno, afirma que “o grafeno tem o potencial de revolucionar um grande número de processos e indústrias. Desde que foi isolado pela primeira vez o grafeno em 2004, o seu êxito foi enorme e a sua aplicação como material dentro das indústrias eletrónicas e automóvel não deixou de crescer. Agora, espero impaciente pela nova fase de investigação deste material, que explorará possíveis aplicações na indústria das embalagens e tratamento de alimentos.”
Para marcar a ocasião, no passado dia 27 de outubro, a Tetra Pak e a European Graphene Flagship receberam peritos no estudo do grafeno comoAndrea Ferrari (Universidade de Cambridge), Alberto Bianco (CNRS), Vincenzo Palermo (Universidade de Chalmers) e Alex Jouvray (Aixtron), para reforçar a necessidade de continuar a investigar e analisar a maneira como o grafeno revolucionará as diferentes indústrias, dos laboratórios ao mercado global.