A The Fladgate Partnership, dona de várias marcas de vinho do Porto, hotéis e do World of Wine (WOW), conta com perspetivas “positivas” da Páscoa para regressar aos lucros em 2022, disse à Lusa o presidente executivo Adrian Bridge.
“Não houve lucros no ano passado, foi um ano de prejuízos. Foi a primeira vez, em 2020 e 2021 tivemos prejuízos, mas tivemos um benefício fiscal em 2020 com a construção do WOW, mas na realidade foram dois anos de prejuízos”, disse, em entrevista à Lusa, o responsável da ‘holding’ que agrupa marcas de vinho do Porto como a Taylor’s, Croft, Fonseca ou Krohn.
Lembrando que a empresa faturou 125 milhões de euros em 2019, 90 milhões em 2020 e 117 milhões em 2021 (os dois anos de prejuízo), a empresa, que não divulga os valores dos lucros ou prejuízos, espera faturar 150 milhões este ano.
“Este ano vamos ver com o peso do WOW qual o impacto”, antecipou Adrian Bridge, referindo-se ao centro temático e cultural criado na zona histórica de Vila Nova de Gaia, local tradicional das caves de vinho do Porto.
O centro, aberto em plena pandemia no verão de 2020, causou “muito prejuízo” e o seu plano de negócios contava com 15% de receita vinda do mercado nacional e 85% do internacional, e por isso, segundo Adrian Bridge “faltaram 85%”.
“A realidade são os custos fixos. Este ano teremos o mesmo custo fixo, mas muito mais negócio. A expectativa dos nossos negócios este ano é cinco vezes acima de 2021”, contou à Lusa, mas admitiu que ainda vai “perder algum dinheiro no final do ano”.
No entanto, salientou que o World of Wine “é um projeto de médio e longo prazo, não é um projeto por curto prazo”.
“A parte positiva é que o nosso negócio do vinho do Porto correu bem durante a pandemia, houve muitas mais pessoas a beber o vinho do Porto, também na área da distribuição. Com os hotéis em 2022, as outras partes do grupo ajudam”, revelou.
Quanto à época da Páscoa que se avizinha, Adrian Bridge considerou que as perspetivas para a hotelaria do grupo e para o WOW “são positivas”.
“Temos agora a feira dos chocolates, até domingo, começou no fim de semana passado e nota-se muito mais movimento, a cidade está relativamente cheia. No nosso barco que faz a ligação entre as duas marginais, a sua faturação é bastante”, revelou.
Adrian Bridge lembrou ainda que no fim de semana prolongado pascal “vai estar calor e as pessoas querem festas, querem dançar, querem beber, querem falar com amigos, querem animação”.
Apesar dos prejuízos, 2021 foi um ano positivo para o segmento turístico no Douro (onde a The Fladgate Partnership detém o Vintage House Hotel, no Pinhão), que “correu muito bem, porque houve mais mercado nacional”, mas “no centro da cidade foi mais problemático”.
“Mas de qualquer maneira o negócio no ano passado, no turismo, foi 50% a mais que em 2020, mas ainda foi menos de metade do negócio de 2019”, revelou o executivo.
Este mês a hotelaria da The Fladgate Partnership, que inclui ainda os hotéis The Yeatman (Gaia) e Infante Sagres (Porto), deverá atingir uma média de ocupação de “72% ou 74%”, e “no próximo mês, em média, vai atingir 84%, 85%”.
Para o resto do ano a visibilidade também é positiva, já que as perspetivas sobre as reservas na hotelaria “são muito boas até outubro”.