A conclusão lógica própria de seres racionais será a da cooperação entre todos para se encontrar uma via para que no verão não seja sempre o mesmo desatino.
É um destino e um desatino a chegada do mês de junho, com os incêndios que traz no ventre sobretudo no chamado “interior” cada vez mais deserto. As povoações fogem das terras que os viram nascer, deixando o que tinham nas mãos da Natureza, cuja lógica é muito diferente da humana, embora façamos parte dela.
O abandono do “interior”, com a consequente queda demográfica, leva a que essas pessoas desaguem em Lisboa, Porto e noutros centros urbanos. Havendo muito menos população no interior, os círculos eleitorais terão cada vez menos deputados, o que significa que os partidos políticos os considerarão menos relevantes do ponto de vista das estratégias de captar apoios, votos e deputados.
Aqui chegados, este problema da desertificação do país é transversal aos partidos, agentes económicos, sociais, culturais, eclesiásticos, sindicais e educacionais.
Quer a esquerda, o centro ou a direita, quer o patrão, o trabalhador, o agricultor ou o professor, quer o padre ou o médico, todos estarão de acordo que este caminho explica em boa medida os incêndios e outros dramas sociais.
Então, a conclusão lógica própria de seres racionais será a da cooperação entre todos para se encontrar uma via para que no verão não seja sempre o mesmo desatino.
Haverá algum partido político, algum sindicato, alguma organização patronal que esteja interessada neste estado de coisas? Alguma autoridade religiosa? Professores? Agente cultural?
É forçoso concluir que a imensa esmagadora maioria da população não […]