Tribunais "hão de resolver" questão da taxa de segurança alimentar

 

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 –  14-02-2014

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Tribunais "hão de resolver" questão da taxa de segurança alimentar

O presidente do conselho de administração da Jerónimo Martins, Pedro Soares dos Santos, afirmou ontem que os tribunais "hão de resolver" a questão da taxa de segurança alimentar.

Em causa está a nova taxa de segurança alimentar que as empresas do sector da distribuição rejeitam, entre as quais a Jerónimo Martins.

"Há dois anos [a empresa] escreveu uma carta à senhora ministra [da Agricultura], que nunca se predispôs a responder à carta", disse Pedro Soares dos Santos num encontro com jornalistas em Algoz, Algarve, quando questionado se o seu grupo iria pagar a taxa.

O gestor descartou a possibilidade de pagamento da taxa, afirmando que os tribunais "hão de resolver" a questão.

Pedro Soares dos Santos falava na conferência de imprensa após a inauguração do primeiro centro de distribuição do grupo no Algarve, um investimento de 27 milhões de euros.

Sobre a nova legislação sobre as práticas individuais restritivas comerciais, que proíbe as vendas com prejuízo e entra em vigor a 25 de Fevereiro, Pedro Soares dos Santos disse que ainda "ninguém sabe" bem as implicações da mesma.

"Mas tenho uma noção concreta: vai limitar muito a capacidade de contratação entre as partes", disse, adiantando que a grande distribuição, se quisesse, para proteger o seu negócio, face a esta lei, apostaria na importação.

Esta lei "abre a porta à importação" e sublinhou que há cadeias "que estão mais bem posicionadas que a Jerónimo Martins" nesta matéria.

"Estou preocupado", disse, apelando que é preciso "muito bom senso".

"A lei vem desequilibrar a relação" com os fornecedores "e os mais fortes, neste momento, vão ficar mais fortes. Todos sabemos que a grande indústria fica muito bem protegida nisto porque 80% não é produzido cá", apontou.

Na área alimentar, entre 75% a 80% do que o grupo vende é produzido em Portugal, no caso da fruta é 50%.

"Não há desequilíbrios no porco ou no frango, muitos destes fornecedores escolheram uma relação de preferência com algumas cadeias", adaptando-se à rede das empresas, o que a nova lei pode vir a enfraquecer, disse o gestor.

Pedro Soares dos Santos afirmou ainda não compreender porque é que em Portugal tem de pagar "30% a comida mais cara que um alemão" ou porque é que a Coca-Cola é 40% mais barata na Polónia do que no mercado português.

"Custa-me perceber" esta situação, salientou.

Criticou ainda o custo da energia em Portugal, que a seguir aos transportes é o factor que tem maior peso nos custos.

"Somos escravos da energia", sublinhou.

Questionado sobre negócios na área da agricultura, Pedro Soares dos Santos afirmou: "Teremos coisas interessantes para falar daqui a um ou dois meses em Portugal".

O gestor escusou-se a adiantar pormenores, afirmando apenas que será um investimento grande.

"Há uma necessidade enorme de nos aproximarmos dos pequenos e médios produtores, principalmente agrícolas", disse Pedro Soares dos Santos, dando como exemplo o novo centro de distribuição do Algarve, onde estes podem deixar produtos e o grupo transporta-os para qualquer destino.

Este novo centro "funciona também como um entreposto de ", disse.

O presidente do conselho de administração da Jerónimo Martins disse que o grupo tem parcerias com produtores locais, que são constantes, sendo que no Algarve são cerca de 40.

A nível nacional são 1.600 parcerias.

Fonte:  Lusa


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  • AgroNotícias (04/02/2014) – Governo recebeu 65% do valor relativo à taxa de segurança alimentar

  • AgroNotícias (07/01/2014) – Práticas Restritivas do Comércio – Evolução Nacional e Perspectiva Europeia

Sítios

  • Grupo Jerónimo Martins


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