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Tudo ao contrário, na política de prevenção e combate aos incêndios – José Gomes Ferreira

Vejo e ouço António Costa, todos os dias, a todas as horas, a acusar quem trabalha nos campos de ser o responsável por provocar incêndios rurais ou florestais.

Direta ou indiretamente, através de publicidade paga com o dinheiro dos nossos impostos, António Costa acusa todos os que usam roçadoras mecânicas, cortadoras elétricas, desmatadoras, moto cultivadoras, máquinas ceifeiras de trigo, milho, cevada, máquinas de cortar e enfardar feno, de serem as causadoras de incêndios rurais.

“Objetivamente o primeiro-ministro passa os dias a ofender todos os que trabalham nos campos de Portugal, acusando-os de serem odiosos incendiários. Mais do que isso, António Costa decretou que não podem trabalhar em determinadas horas do dia e, mais grave, em vários dias seguidos, durante as próprias campanhas de colheita dos cereais e tratamento de culturas agro florestais.”

Esta sanha contra quem trabalha na terra tem um grave desfoque na sua origem: António Costa não percebe nada da vida no campo, na agricultura e na floresta. Não sabe que as raras ignições provocadas pelas alfaias agrícolas são absolutamente marginais em relação ao real número de fogos e que, mesmo assim, quando acontecem são em regra imediatamente apagadas pelos próprios trabalhadores.

António Costa não conhece nada do ciclo reprodutivo da natureza e da necessidade de a agricultura usar o fogo como queima de sobrantes orgânicos para fertilizar as terras com a própria cinza, num regime controlado que é usado desde que a agricultura existe há dezenas de milhar de anos, e que quem sabe usar, usa com parcimónia em função das temperaturas e dos ventos locais.

António Costa todos os dias ouve, como eu, que foram detidos mais suspeitos de incêndios criminosos que ganharam proporções dantescas e que puseram em risco ou destruíram mesmo vidas humanas. Mas para ele, o crime sistemático como motor da indústria dos incêndios não existe… ou melhor, não se deve referir na comunicação social que é a melhor forma de não existir…

E no entanto já são muitos os suspeitos de graves incêndios criminosos a serem detidos este ano pelas autoridades…

“Sim, a verdadeira indústria dos incêndios rurais e florestais continua a dar de comer a muita gente em Portugal.”

Vejamos um apanhado resumido, dos menos relevantes até aos que têm mais impacto económico e ambiental:

Os incêndios rurais interessam sobretudo,

Aos proprietários de rebanhos que se alimentam nos vales, encostas e serras do centro e norte do país, que assim terão pastagens renovadas e tenras para o gado na primavera;

Às empresas de fornecimento de equipamentos aos bombeiros, que não são poucas em Portugal;

Às empresas que reparam os veículos […]

Veja a reportagem na SIC Notícias.


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