A Turquia abriu um canal diplomático com Moscovo para tentar levantar o bloqueio no Mar Negro.
A ONU e a NATO lamentam a suspensão do acordo para a exportação de cereais da Ucrânia. Os Estados Unidos acusam já a Rússia de usar os alimentos como arma de guerra e a Turquia tentou, durante este domingo, levantar o bloqueio marítimo imposto no Mar Negro.
O Governo de Kiev garante que estão já retidos mais de 150 navios no Mar Negro. Os cargueiros estão impedidos de navegar e de encher os porões com trigo e outros cereais e fertilizantes ucranianos.
A suspensão do acordo pelo Kremlin foi justificada pelo ataque de sábado de drones ucranianos à frota russa.
Este domingo, a Turquia – que mediou o acordo de julho passado e controlava atualmente a passagem dos navios pelo estreito do Bósforo – abriu um canal diplomático com Moscovo para tentar levantar o bloqueio.
Ao mesmo tempo que a ONU, a União Europeia e a NATO apelaram ao respeito pelo acordo. Lembraram que a suspensão pode provocar uma crise global alimentar com efeitos imediatos nos países mais pobres e dependentes dos cereais ucranianos, mas foi nos Estados Unidos que as críticas foram mais duras.
“A Rússia está sempre a justificar atos ultrajantes dizendo que o Ocidente a obrigou a tomá-los”, acusou Joe Biden.
Já o Presidente ucraniano pediu uma forte resposta internacional ao bloqueio dos cereais. Zelensky questionou mesmo a presença da Rússia no G20, acusando o país de estar a “provocar deliberadamente” a fome em vários continentes.
“A Rússia não tem lugar no G20”, disse.
A preocupação com o inverno
Além da fome, a ameaça do frio. Na guerra da Ucrânia, a Rússia bombardeou a central elétrica de Enerhodar, nas imediações da central nuclear de Zaporíjia. Todo o país sofre já restrições energéticas devido aos ataques russos deste mês que destruíram mais de um terço da rede elétrica ucraniana.
O fim de semana fica ainda marcado por uma troca de prisioneiros. No aeroporto de Moscovo, desembarcaram este domingo 50 soldados russos capturados pelas tropas de Kiev. Foram trocados por outros 50 militares ucranianos presos pela Rússia. Alguns foram combatentes do complexo de Azovstal, o reduto da resistência na cidade de Mariupol.