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Ucrânia: Afeganistão e Rússia estabelecem acordo sobre energia e cereais

As autoridades de Cabul concluíram um acordo com Moscovo que prevê o fornecimento de produtos petrolíferos e cereais da Rússia ao Afeganistão, tratando-se do primeiro grande contrato económico estabelecido pelo governo talibã.

A Rússia, alvo de sanções internacionais por causa da invasão militar da Ucrânia, está a concentrar as exportações com os países da Ásia e da Ásia Central.

“O contrato ficou concluído no mês passado quando o ministro da Indústria e do Comércio visitou a Rússia”, disse hoje à agência France-Presse o porta-voz do ministério afegão, Abdul Salam Jawad, que não forneceu detalhes sobre as condições financeiras do novo contrato.

O acordo prevê que Cabul venha a receber um milhão de toneladas de gasolina, um milhão de toneladas de gasóleo, 500.000 toneladas de gás liquefeito (GPL) e dois milhões de toneladas de cereais, da Rússia.

Entretanto, o ministério da Economia afegão indicou hoje através de um comunicado que os primeiros abastecimentos devem ser enviados “nas próximas semanas”.

O representante especial do presidente russo para o Afeganistão, Zamir Kaboulov, citado pela agência TASS, confirmou que “os documentos preliminares já foram firmados”.

As duas partes (Rússia e Afeganistão) devem agora estabelecer “as quantidades e as listas de produtos”, acrescentou Kaboulov.

A crise económica que já afetava o Afeganistão agravou-se com a tomada do poder pelas forças talibãs em 2021.

O sistema bancário afegão está praticamente bloqueado depois do congelamento de sete mil milhões de dólares que se encontravam depositados no Banco Central do Afeganistão.

Nos últimos dois anos, o setor agrícola afegão foi seriamente afetado pela seca.

O governo talibã, no poder depois de 20 anos de ocupação militar liderada pelos Estados Unidos, diz estar disposto a estabelecer acordos económicos com “quem o desejar”.

Até ao momento, Cabul estabeleceu um acordo sobre compra de petróleo com o Irão, país vizinho.

O regime talibã não foi reconhecido por qualquer país, a nível mundial, mas Moscovo mantém relações com o novo poder desde o início, em agosto do ano passado.

A Rússia, é um dos poucos Estados que mantém a embaixada a funcionar em Cabul.


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