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Ucrânia: EUA esperam progressos sobre preços da energia e alimentos na reunião do G20

Um elemento da administração norte-americana disse hoje acreditar que os chefes da diplomacia do G20 conseguirão fazer progressos para enfrentar algumas das consequências globais da guerra na Ucrânia, apesar da participação russa na reunião em Bali.

Em declarações citadas pela agência francesa AFP, o funcionário norte-americano, que falou aos jornalistas na condição de não ser identificado, referiu que Washington espera progressos na reunião de dois dias que hoje começa na ilha indonésia de Bali, sobretudo em matérias como a segurança alimentar e os preços da energia.

A guerra na Ucrânia, que a Rússia iniciou em 24 de fevereiro, interrompeu a exportação de cereais ucranianos e de fertilizantes russos, provocando uma subida de preços e o receio de escassez alimentar a nível global.

Os Estados Unidos esperam que “praticamente todos os países do G20” cheguem a acordo sobre iniciativas que permitam enfrentar estas consequências da guerra, disse a fonte da administração norte-americana.

A fonte oficial reconheceu que uma declaração conjunta do grupo, que reúne as 19 maiores economias do mundo e a União Europeia, sobre a guerra na Ucrânia não será possível devido à participação da Rússia na reunião.

“Se o G20 como entidade endossa ou não algo é menos importante do que o facto de todos os países apoiarem algo que estamos a tentar fazer”, disse o funcionário norte-americano durante uma paragem de reabastecimento em Tóquio.

O secretário de Estado norte-americano, Anthony Blinken, participa na reunião em Bali, mas não se espera que se encontre com o seu homólogo russo, Serguei Lavrov.

Blinken deverá encontrar-se com o ministro chinês Wang Yi, mas a fonte citada pela AFP admitiu que não deverá ser feito qualquer anúncio sobre uma possível flexibilização das barreiras de Washington às importações chinesas.

A Indonésia, que preside atualmente ao G20, convidou o Presidente russo, Vladimir Putin, para a cimeira do grupo em Bali, em novembro, apesar da pressão do Ocidente.

Como solução de compromisso, a Indonésia também convidou o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.

Desconhece-se ainda se Putin se deslocará a Bali, mas se o fizer, o novo primeiro-ministro australiano, Anthony Albanese prometeu hoje que o tratará “com desprezo” por ter ordenado a invasão da Ucrânia.

“Se ele participar no G20, o que duvido (…), então o mundo precisa de enviar uma mensagem muito clara sobre como o consideramos”, justificou Albanese numa entrevista ao canal de TV Sky News da Austrália, citado pela agência espanhola EFE.

O líder trabalhista australiano acusou Putin de violar a Carta das Nações Unidas, de minar a ordem internacional e de ser cúmplice de crimes de guerra na Ucrânia.

Dos países que não integram a NATO, a Austrália é o que mais tem contribuído com ajuda militar à Ucrânia.

As autoridades australianas também decretaram sanções contra mais de 850 indivíduos e empresas russas, incluindo Putin.


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