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Ucrânia: Putin acusa Ocidente de causar uma crise global também na economia

O Presidente russo, Vladimir Putin, acusou hoje o Ocidente de sacrificar o resto do mundo para manter o seu domínio global, incluindo através de sanções económicas contra a Rússia, que disse estarem a criar uma crise planetária.

“Estas sanções estão a provocar em grande parte a crise global. Os seus autores, guiados por ambições políticas míopes e inflamadas, pela russofobia, prejudicam os seus próprios interesses nacionais, as suas próprias economias, o bem-estar dos seus cidadãos”, disse, num encontro com membros do seu governo sobre a economia.

A Rússia é o segundo maior produtor de cereais depois da Ucrânia e a guerra desencadeada pelas tropas de Putin em território ucraniano ameaça criar problemas alimentares a nível global, como já alertaram organizações internacionais.

Numa videoconferência com membros do Governo hoje, o Presidente russo revelou que a colheita de cereais na Rússia poderá ultrapassar as 130 milhões de toneladas em 2022, das quais 87 milhões de trigo.

Segundo Putin, isso significaria uma colheita recorde de trigo, ultrapassando a colheita de 2017, quando os agricultores russos recolheram 86 milhões de toneladas deste cereal.

“Isto permitir-nos-á não só cobrir as necessidades internas com uma margem de reserva, mas também aumentar o fornecimento aos nossos parceiros, o que é muito importante para os mercados alimentares globais”, sublinhou.

A Rússia atingiu o recorde de produção em 2017, com uma colheita de 135,5 milhões de toneladas, em 2020 recolheu 133,5 milhões de toneladas de cereais, dos quais 85,9 milhões de toneladas de trigo, e em 2021 a produção caiu para 121,4 milhões de toneladas de cereais, dos quais 76 milhões de toneladas de trigo.

As declarações de Putin surgem num contexto difícil, uma vez que a “operação militar especial”, como o Kremlin a designa, da Rússia na Ucrânia tem frustrado a campanha agrícola no país invadido, um dos maiores exportadores mundiais de cereais e óleo de girassol, o que pode levar, segundo a ONU, a um défice alimentar e até à fome.


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