A União Europeia (UE) vai apoiar mais 10.000 agricultores moçambicanos a produzir cereais para o país enfrentar a crise alimentar mundial agravada pela guerra na Ucrânia.
A medida vai resultar de um reforço de 15 milhões de euros para o programa Promove AgriBiz hoje celebrado em Maputo.
“Estes fundos permitirão, a partir desta época agrícola, alargar o nosso atual apoio a um maior número de agricultores, ajudando-os a produzir cada vez mais e de forma mais sustentável para que possam enfrentar crises futuras e, em especial este ano, atenuar o impacto do dramático aumento dos custos de produção”, referiu Antonino Maggiore, embaixador da UE em Moçambique.
O Promove AgriBiz já apoia 22.000 agricultores e o reforço hoje anunciado representa um incremento de 45%.
O diplomata falava na cerimónia de assinatura do apoio em parceria com a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO) e o Instituto de Cereais de Moçambique (ICM).
“Os novos fundos atribuídos ajudarão a criar a reserva alimentar estratégica, de acordo com o mandato do ICM. O objetivo é apoiar a produção de 16.000 toneladas de milho e 4.000 toneladas de feijão”, detalhou a UE, em comunicado.
A ajuda faz parte dos 23 milhões anunciados em setembro para Moçambique, como parte do pacote global de 600 milhões de euros do Fundo Europeu de Desenvolvimento para ajuda alimentar e produção nos países mais vulneráveis de África, das Caraíbas e do Pacífico (ACP).
Em Moçambique, a UE prevê que as perturbações na produção e no comércio de cereais e fertilizantes provoquem escassez e um aumento provável dos preços com um impacto negativo na segurança alimentar dos grupos mais pobres da população
A agricultura de subsistência é a principal fonte de alimentos para a maioria da população moçambicana que se estima ronde atualmente os 31,6 milhões de pessoas, cerca de metade com menos de 18 anos.