Josep Borrell, alto representante da UE para a Política Externa, defende que “todo o ser humano tem o direito de acesso a alimentos seguros”.
A Rússia está a utilizar “a comida como uma arma”, denunciou esta terça-feira o chefe de diplomacia europeia, Josep Borrell, para assinalar o Dia Mundial da Segurança Alimentar, que está em risco desde a invasão russa da Ucrânia.
“Todo o ser humano tem o direito de acesso a alimentos seguros, a primeira fonte de vida e fundamental para a saúde global. Como União Europeia (UE), agimos decisivamente por esse direito e para atender às necessidades humanitárias, incluindo aquelas causadas pela vergonhosa decisão da Rússia de usar comida como arma”, sublinhou o alto representante da UE para a Política Externa, Josep Borrell, numa publicação na rede social Twitter.
A Ucrânia tem acusado a Rússia de se apropriar da sua colheita de cereais nas regiões ocupadas no sul do país, para vender a outros países, como a Síria.
Kiev acusa também Moscovo de obstruir as suas exportações, ao bloquear os seus portos no mar Negro.
O conflito em curso desde 24 de fevereiro está a aumentar os preços e representa um sério risco de fome em países que dependem desse mercado, nomeadamente em África e no Médio Oriente.
Em comunicado, o Serviço Europeu de Ação Externa (SEAE), que reporta a Borrell, afirmou também que a segurança alimentar é “uma preocupação global e, ao mesmo tempo, uma responsabilidade compartilhada entre governos, produtores e consumidores”.
Esta instituição realçou que os alimentos inseguros são “uma ameaça à saúde humana e às economias, afetando desproporcionalmente pessoas vulneráveis ??e marginalizadas, especialmente mulheres e crianças, populações afetadas por conflitos e migrantes”.
“Estima-se que 420.000 pessoas em todo o mundo morrem a cada ano depois de comer alimentos contaminados e crianças com menos de 5 anos carregam 40% da carga de doenças transmitidas por alimentos, com 125.000 mortes a cada ano”, detalhou o SEAE.
O Serviço Europeu de Ação Externa acrescentou a pandemia de covid-19 e a guerra da Rússia contra a Ucrânia “deixam muito clara a importância crucial de ter alimentos seguros, universalmente acessíveis e a preços adequados”.
Pouco antes da guerra, a Ucrânia estava a caminho de se tornar o terceiro maior exportador mundial de trigo e forneceu metade do comércio mundial de sementes de girassol e óleo.