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Um ano depois do Grande Fogo, como vão “as coisas” ?…

Um ano após a data do Grande Fogo – 15 e 16 de Outubro – um ano após a tragédia e o desastre, como se faz a recuperação da nossa Região, dos Campos e Aldeias, das nossas vidas ? Pois, lamentavelmente, “as coisas” não têm andado bem…

ADACO, Associação Distrital dos Agricultores de Coimbra, e a CNA, Confederação Nacional da Agricultura, sempre afirmaram que aquele Fogo extremamente violento e destruidor provocou “queimaduras generalizadas e de primeiro grau” à nossa Região, “queimaduras” que deveriam ter sido tratadas em “cuidados intensivos”. Mas não foram nem são ! Ora, quem “paga as favas”, quem sofre as péssimas consequências, são as Populações, somos nós os lesados pelo Grande Fogo e é o Ambiente !

Enquanto isso, o Governo (e não só o Governo…) o que mais sabe fazer é propaganda e quer seja a pretexto da Agricultura, quer seja das Habitações ardidas, mesmo das Empresas. Porém, a realidade mostra que a Recuperação que se exige está mais do que atrasada, o que, a vários níveis e âmbitos, já é um escândalo nacional !

Na Agricultura, a Ajuda até aos 5 mil euros por lesado foi a seguir reduzida, sem explicações, em milhares de candidaturas enquanto muitos outros candidatos, que até fizeram a primeira “declaração de prejuízos”, depois não foram admitidos num processo cheio de confusões engendradas pelo Ministério da Agricultura. Em que dos mais lesados, os Produtores Pecuários (Ovinos e Apicultura) e os Agricultores com várias Culturas Permanentes (Pomares – Olivais – Vinhas) saem a perder bastante.

A Floresta, na sua grande parte, permanece queimada nas Matas. Está desvalorizada e a ser pasto de pragas e doenças que, agora, estão a dizimar o Pinhal que não ardeu no Fogo. Os Eucaliptos e Mimosas alastram em força como árvores invasoras…

O Programa de Desenvolvimento Rural, PDR 2020, não tem correspondido às necessidades.  Mantém desadequadas várias das suas “medidas” de apoio, regista atrasos e também bloqueia por alegada “falta de verba” da parte do Ministério da Agricultura, o que significa problemas em cima de problemas para os Agricultores…

E que fazem o Ministério da Agricultura e as Câmaras Municipais para acudir ?          

Sim, que faz o ICNF, Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas, que depende do Ministério da Agricultura e do Ministério do Ambiente ? Pois faz pouco…    E que fazem as “Comissões Municipais de Defesa da Floresta contra Riscos Bióticos (pragas e doenças) e Abióticos (Incêndios)” as quais são presididas pelos Presidentes de Câmara ?  Pois também pouco fazem para além das rotinas…

ADACO e CNA reclamam a definição e aplicação – urgentes – de programas integrados de – “Prevenção de Incêndios Florestais / Rurais” de “Recuperação e Ordenamento da Floresta” com severo controlo do Eucalipto e da Mimosa de “Controlo de Pragas e Doenças da Floresta”. Programas apoiados, técnica e financeiramente, pelo Governo e definidos em colaboração com Autarquias, Organizações Agro-Florestais, Proprietários e Produtores Florestais.

Acudir à Floresta mais tradicional – com urgência – é tarefa da maior importância!

Habitações ardidas por recuperar são já um grande escândalo nacional !

Apesar da propaganda oficial e oficiosa, apesar das continuadas “promessas”, o facto é que a recuperação das Habitações ardidas está muito atrasada e passa já um ano desde o Grande Fogo de Outubro de 2017.   Aliás, vamos mesmo entrar no segundo Inverno após esse tremendo desastre e a esmagadora maioria das Habitações ardidas continua em ruínas e, assim, a contribuir ainda mais para o abandono do nosso Mundo Rural.

E também continua atrasada a recuperação das Empresas.

O principal responsável pelo escandaloso atraso na reconstrução das Habitações ardidas é o Ministério do Planeamento e das Infraestruturas e, cá na Região, é a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro, CCDRC.

Naquilo que toca às Habitações não Permanentes ou segundas Habitações ardidas, a responsabilidade directa pela reconstrução, pelo menos este ano, é das Câmaras Municipais que, na sua larga maioria, também não têm correspondido.

Porém, ainda por cima, tentam é fazer passar por culpados e oportunistas dos mais lesados pelos Incêndios para, também assim, se tentarem desculpar das próprias falhas. Neste âmbito, a CCDRCentro até abriu, na sua Página na Net, um “formulário electrónico” – ao estilo pidesco ! – para instigar ao “bufanço” de regime, anónimo ou não! Para pôr vizinhos a denunciar vizinhos, até familiares desavindos a denunciarem-se uns aos outros, a pretexto de alegadas falsas declarações feitas pelos Proprietários das Habitações e das Empresas ardidas ! Eis mais um escândalo inadmissível e antidemocrático que até mancha a Constituição da República e o 25 de Abril !

Apoios específicos às Famílias das Vítimas mortais e a feridos graves.

No caso das Ajudas às Famílias das Vítimas mortais ou a feridos graves nos Incêndios, ao que se sabe, não tem havido reclamações o que se regista como positivo, embora também não assinale mais do que o cumprimento daquilo que é devido às Vítimas.

Concentração de Delegações de Agricultores e outros – 8 de Novembro – 2018

15h.30   –  Frente à Assembleia da República – LISBOA

E com “Ponto de Encontro” no Largo do Príncipe Real ( 14h.30 )

Para reclamar outras políticas oficiais capazes de enfrentar as difíceis situações vividas na nossa Região em consequência dos Incêndios; para reclamar medidas eficazes na resolução dos muitos problemas que se avolumam sem solução à vista na Agricultura, na Floresta e no Mundo Rural, a CNA e Filiadas promovem uma Concentração de Delegações de Agricultores e Dirigentes Agrícolas e Rurais.

Dia 8 de Novembro, 2018, em Lisboa. Com Ponto de Encontro no Largo do Príncipe Real a partir das 14 h 30 e, a seguir, com uma Concentração frente à Assembleia da República – a partir das 15 h 30.

Participe ! Defenda os seus interesses !

Outubro – 2018

ADACO – Associação Distrital dos Agricultores de Coimbra – dst.adaco@gmail.com

CNA – Confederação Nacional da Agricultura   –   cna@cna.pt – Telef: 239 70 89 60


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