Durante décadas proliferaram as anedotas sobre o comportamento das gentes do campo quando iam à cidade. Está na altura de inverter essa equação. Material não falta, quando a existência no campo é romantizada pelos citadinos.
Durante décadas, em especial nos anos que se seguiram ao 25 de Abril de 1974, proliferaram as anedotas que glosavam o comportamento das gentes do campo quando iam nas primeiras vezes à cidade. Por norma, eram os alentejanos os focados. Havia chalaças para todos os gostos, comentando as experiências dos campesinos nas mais diversas situações.
Há também historietas a parodiar o comportamento de alguns citadinos quando vão ao campo, mas em muito menor número. Está na altura de inverter essa equação. Material não falta, principalmente no pós-pandemia, quando uma existência no campo, o ideal de habitar no meio da natureza, em tranquilidade e sossego, foi totalmente romantizado, começando a imaginar-se um verdadeiro êxodo urbano que nunca aconteceu. Ao contrário. A agonia e o isolamento do mundo rural, por mais que uma bolha ou outra se vá formando, não cessa de aumentar.
É durante as férias que o comportamento dos citadinos no campo mais se altera. Às vezes, parece que aterraram em Marte. É vê-los de boca aberta de excitação quando avistam um rebanho de “extravagantes” ovelhas, apontando na sua direcção quase aos saltos, gritando […]