incêndios

Um dia, 914 fogos, 50 mortes, nenhum culpado: cinco anos depois dos incêndios do centro

Cinco anos após os incêndios de 15 de outubro, a maioria dos inquéritos–crime ainda está em aberto. Não há arguidos

Após a tragédia de Pedrógão Grande, não era de esperar que outra se seguisse, quase tão mortal, mais extensa em território, mais dura em perdas materiais. Foi só preciso esperar quatro meses. A 15 de outubro de 2017, num único dia, as chamas multiplicaram-se em 914 ignições, lavraram a fogo 241 mil hectares (78% dos quais floresta) e, pelo caminho, somaram 50 mortes em 40 localidades de 15 concelhos dos distritos de Castelo Branco, Coim­bra, Guarda e Viseu. Cinco anos depois, é esta enormidade de números, abrangência geográfica e diversidade de causas que serve de justificação para o atraso da conclusão da investigação, centralizada no Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) e na Diretoria do Centro da Polícia Judiciária.

Em 2020, três anos depois das ocorrências, o Ministério Público decidiu concentrar os vários inquéritos aos mais mortíferos incêndios de 15 de outubro — os fogos da Lousã, Oliveira do Hospital, Pampilhosa da Serra (Coimbra), Sertã (Castelo Branco), Vouzela (Viseu), Seia e Gouveia (Guarda) —, de forma a possibilitar uma investigação conjunta. De acordo com a Procuradoria-Geral da República (PGR), dos cinco inquéritos só “dois conheceram despacho final”, relativos a incêndios no distrito de Coimbra. O Expresso sabe que foram ambos arquivados. De acordo com fonte oficial, não terá sido até ao momento constituído qualquer arguido. “Faltam provas sobre os autores materiais dos incêndios”, avança. […]

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