Um físico e um químico explicam os mistérios da música

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O título da obra remete para a crença dos gregos antigos de que os corpos celestes produziam música, que só seria percetível aos ouvidos do mestre Pitágoras. Esta “ideia ingénua” dos filósofos clássicos não é de todo descabida, segundo Carlos Fiolhais, uma vez que também no Universo se encontra harmonia. 

O título pretende, igualmente, defender que Música e Ciência não são esferas separadas, na medida em que “não deve haver duas culturas. Só há uma cultura com várias faces”. Os dois autores esperam aproximar esses dois mundos, mostrando “às pessoas que gostam de música que podem gostar também de ciência e às pessoas que gostam de ciência que podem também gostar de música – e, em geral, isso acontece”.

Fiolhais e André começam por introduzir o leitor nos elementos básicos da acústica, desde a experiência que os gregos antigos viviam nos anfiteatros; explicam a relação da matemática e da astronomia com a música, desde a escala pitagórica à “Harmonia do Mundo” de Joahnnes Kepler e ao “Trânsito de Vénus” de John Philip Sousa; depois, com a física e a química, nomeadamente, com os fractais de Mandelbrot; elucidam o das ciências da vida e do ambiente, lembrando a ideia de que “a música brota da Terra”; e terminam com as ciências da vida e da saúde, explicando o processo fisiológico da audição e as emoções suscitadas por uma peça musical.

O lançamento do livro aconteceu hoje no Campus de Gualtar da Universidade do Minho, em Braga, e contou com um momento musical, pelo pianista Tomás Barros, aluno da licenciatura em Química. A apresentação da obra esteve a cargo de Vítor Moura, filósofo e professor da Universidade do Minho, e de José Moura, professor de Química Inorgânica da Faculdade de Ciências e Tecnologia da NOVA.

O livro “A Harmonia das Esferas” tem 354 páginas e é publicado pela editora Gradiva. Custa 19€.

Veja a reportagem na RTP.


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