​Uma cimeira sem avanços, mas sem recuos

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A COP30 estendeu-se para um dia extra. Tratava-se dar ao mundo mais algumas horas para tentar fechar um acordo que muitos consideram decisivo para travar um caminho de destruição sem retorno. Mas não foi possível delinear um guião para abandonar os combustíveis fósseis e para reduzir a desflorestação, uma “bandeira” do Presidente do Brasil, Lula da Silva, que ainda não foi concretizada por questões financeiras.

Esta é uma ausência de peso, sem dúvida, mas ficou assente a vontade de continuar a negociar. Por outras palavras, se lamentavelmente não se deu na COP30 o passo em frente que muitos defendiam – o tal guião para abandonar o consumo de combustíveis fósseis – a cimeira não formalizou qualquer passo atrás. Como salientou o presidente da COP30, embaixador André Corrêa do Lago, deverão prosseguir as negociações, ou seja, o processo negocial está vivo.

E muito há para negociar. Desde logo, em matéria financeira. Os países pobres queixam-se dos países ricos por estes terem durante mais de dois séculos – isto é, desde o início da revolução industrial – poluído o mundo sem limites e sem nada pagarem por isso. Esse pagamento atrasado deveria, na opinião dos países pobres, financiar agora o abandono do financiamento por estes países do consumo de combustíveis fósseis, que é ainda muito elevado.

Os países ricos resistem a pagar pela poluição que fizeram quando ninguém falava no imperativo de travar o aquecimento global. Mas mais tarde ou mais cedo terá de se alcançar um compromisso.

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