Uma dúzia de navios com cereais partiu da Ucrânia esta segunda-feira

Kiev confirma a partida de 12 navios carregados com cereais dos portos ucranianos. ONU e Turquia trabalham para salvar o acordo de exportação depois de Moscovo ter suspendido a participação.

Pelo menos 12 navios com cereais saíram dos portos ucranianos na manhã desta segunda-feira, apesar de a Rússia ter suspendido no fim de semana a sua participação nos acordos sobre exportações agrícolas, anunciou o ministro das Infraestruturas da Ucrânia, Oleksandr Kubrakov.

Numa publicação na sua conta na rede social Twitter, o responsável disse ainda que as delegações das Nações Unidas e da Turquia, responsáveis pela negociação dos acordos entre Kiev e Moscovo em julho, “disponibilizaram dez equipas de inspeção para inspecionarem 40 navios com o objetivo de cumprirem a iniciativa de cereais do Mar Negro“. “Este plano de inspeção foi aceite pela delegação ucraniana e a delegação russa foi informada”, acrescentou Kubrakov.

“Ao mesmo tempo, a passagem para portos ucranianos para carregamento é aprovada para quatro navios que já passaram na inspeção no (estreito de) Bosphorus no dia anterior. O grupo de inspeção foi composto por representantes das Nações Unidas, da Turquia, da Ucrânia e da Rússia”, relatou o ministro ucraniano noutra publicação.

A Rússia suspendeu no sábado a sua participação no acordo de exportação de cereais ucranianos a partir do Mar Negro, depois de ter acusado a Ucrânia de ter feito um ataque à sua frota na Crimeia com um drone. Kiev nega as acusações.

A ONU e a Turquia continuam em negociações com a Rússia para tentar salvar o acordo para manter as exportações de cereais a fluir através do Mar Negro, enquanto os preços do trigo, de que a Ucrânia é um dos maiores fornecedores mundiais, estão a disparar acima de 5% esta manhã. O milho subiu até 2,8%, avança a Bloomberg.

No terreno, a Rússia lançou vários ataques com mísseis em toda a Ucrânia, incluindo na capital Kiev, de acordo com as autoridades ucranianas. “Outro lote de mísseis russos atinge a infraestrutura crítica da Ucrânia. Em vez de lutar no campo de batalha, a Rússia luta contra civis”, disse o ministro dos Negócios Estrangeiros ucraniano, Dmytro Kuleba, reiterando que Moscovo “não está interessada em negociações de paz, nem na segurança alimentar global”.


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