Uma semana de “inferno” e uma “mistura explosiva” para incêndios. Temperaturas “extremas” podem aproximar-se dos 50 graus e bater recordes

Temperaturas extremas vão manter-se em Portugal pelo menos até ao próximo fim de semana: na próxima quinta-feira, Coruche, no distrito de Santarém, pode chegar aos 48 graus, o que seria um recorde em Portugal. Mas estarão as casas, as escolas, os lares de idosos, preparados para este calor? Provavelmente, não

O Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) prevê que a temperatura mais alta do país durante a vaga de calor desta semana se registe em Coruche, Santarém, na próxima quinta-feira, dia 14 de julho: serão 48 graus, o que seria um recorde de calor no território português, já que o máximo alguma vez registado, em 2003, foram 47,3 graus na Amareleja, distrito de Moura, no Alentejo.

Em Portugal, nunca se terá atingido uma temperatura acima dos 50º C. Dos registos do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), destaque ainda para o verificado na cidade de Lisboa, a 2 de agosto de 2008, com 44 graus centígrados à sombra. A nível de noites tropicais, Faro teve 32 graus de mínima registada de madrugada a 26 de julho de 2004.

Numa pesquisa pelas previsões meteorológicas do IPMA, constata-se que as temperaturas máximas estarão por todo o continente acima dos 30 graus até à terça-feira da próxima semana, 19 de julho, e as mínimas seguirão nos próximos dias acima dos 20 graus. Os distritos com as temperaturas máximas mais altas previstas serão Santarém, com 47 graus, na quinta-feira – que podem chegar aos 48 graus em Coruche – Évora com 45 graus, Portalegre com 43, tal como Bragança, Lisboa com 42 graus e Setúbal com 41. Só distritos como Porto, Viana do Castelo ou Faro escaparão ao calor extremo, ainda que, mesmo assim, os termómetros não devam oscilar muito abaixo dos 35 graus.

Na tarde desta segunda-feira, o IPMA vai decidir se declara alerta vermelho no território continental, disse à CNN Portugal Miguel Miranda, o presidente do Instituto. “Serão três ou quatro duas de temperaturas muitíssimo altas”, avisa. “Apesar de os vários modelos meteorológicos terem alguma discrepância, todos apontam para temperaturas extremas numa parte importante do continente”.

A brisa marítima, admite, poderá mitigar o calor nas regiões do litoral, mas Miguel Miranda refere que será um período de “enorme stress”, nomeadamente para os bombeiros, e que a principal preocupação é “chegarmos ao fim intactos”, pedindo atenção às populações mais vulneráveis, nomeadamente os idosos que vivem sozinhos, e frisando que “não podemos criar nenhum motivo que leve a que um incêndio comece.

“Os recursos são muitos, mas não são infinitos”, declara o presidente do IPMA, que garante que todo o instituto tem trabalhado “noite e dia” para dar a melhor informação possível com o máximo de antecedência.

Miguel Miranda diz ainda que, apesar de os modelos meteorológicos não serem unânimes, o calor extremo poderá só dar tréguas no fim de semana, mas avisa que “temos de nos preparar para um período longo” de temperaturas altas.

Casas, escolas e lares sem preparação para o calor

O investigador da Universidade de Lisboa Pedro Garrett lembra o estudo sobre o anticiclone dos Açores, que saiu recentemente na revista Nature Geoscience, e que indica que este – que é o responsável pelo bom tempo no Mediterrâneo – se tem estado a expandir dentro do Atlântico Norte e prevalece agora durante mais tempo, o que determina menos precipitação no inverno e um verão ainda mais seco.

“O estudo fez uma simulação dos últimos 1200 anos que indica inequivocamente que este efeito recente do anticiclone não consegue ser reproduzido pelos modelos climatéricos quando não são introduzidos os gases e efeito de estufa provocados pela ação humana. As ações humanas têm, sim, impacto direto nas ondas de calor”, refere.

“E do ponto de […]

Veja a reportagem na CNN Portugal.


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