A UNAC não concorda com a abordagem prescritiva à gestão das ZEC, onde o conjunto de medidas regulamentares e complementares apresentado se foca apenas em questões de conservação, esquecendo a função de produção agroflorestal que está na base dos valores ecológicos destas áreas. Consideramos que não é possível criar planos de gestão de sistemas tão complexos, de uma forma adequada e equilibrada, sem considerar a principal das suas vertentes.
O que estas propostas de regulamentos fazem é criar um conjunto de limitações que pretendem promover a componente de conservação, limitando a componente produtiva, sem quaisquer contrapartidas. Assim, corre-se o risco de prejudicar, a prazo, grandemente a produção e como consequência a sustentabilidade total do ecossistema. A perda de capacidade produtiva e de rendimento a ela associada poderão levar ao abandono, o que, por sua vez aumenta fortemente o risco de incêndio e tem como impacto a total destruição das espécies e habitats que se pretendem conservar.
Os produtores florestais são o principal vetor da perenidade das opções produtivas que garantem um uso equilibrado dos recursos, assegurando a viabilidade económica destas regiões e potenciando os atributos ambientais que elas encerram. Sem esta presença e o modelo de produção que é implementado, um mosaico agroflorestal extensivo, com polos de regadio e bolsas de biodiversidade, as ZEC não teriam os atributos que hoje pretendemos proteger de forma mais visível.
Documentos para consulta: Participação UNAC nas Consultas Públicas das ZEC Cabeção, Cabrela, Monfurado, Moura-Barrancos