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– 31-07-2013 |
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Universidade de Aveiro estuda t�cnica in�dita no país contra a erosão depois dos inc�ndios florestais
Reduzir drasticamente o nível. de erosão dos solos florestais depois da ocorr�ncia de um inc�ndio � o grande objectivo do mulching, uma t�cnica que pela primeira vez está a ser estudada em Portugal pela m�o de uma equipa de investiga��o da Universidade de Aveiro (UA). Tendo em conta que ap�s um inc�ndio a erosão por ac��o da �gua das chuvas pode levar a perdas de cerca de 50 toneladas de solo, a t�cnica em estudo pela UA pode reduzir a escorr�ncia de �guas nos terrenos ardidos em mais 40 por cento e, com isso, diminuir a erosão do solo em 90 por cento. O m�todo inovador que a UA quer introduzir em Portugal, e que em tradu��o livre se pode designar por ‘acolchoado’, consiste na distribui��o pelos solos consumidos pelo fogo de uma camada de restos florestais triturados. "Com a vegeta��o e a manta morta da superf�cie dos terrenos transformados em cinzas o solo fica extremamente vulner�vel � ac��o da erosão", aponta S�rgio Alegre. O investigador do Centro de Estudos do Ambiente e do Mar (CESAM) da UA, e respons�vel pelos primeiros estudos em Portugal da utiliza��o do mulching, relata que h� terrenos que chegam a perder várias dezenas de toneladas de solo por hectare durante o primeiro ano depois de um inc�ndio. "As implica��es negativas que este cen�rio acarreta v�o desde a perda de fertilidade e produtividade dos solos até � destrui��o dos ecossistemas e bens a jusante das áreas afectadas como � o caso de caminhos, pontes, praias fluviais ou propriedades", diz o investigador. O problema da erosão adensa-se, por exemplo, quando esta afecta o normal funcionamento de barragens e centrais hidroel�ctricas. "Com a acumula��o das toneladas de sedimentos levados pela chuva até aos rios, e destes até �s albufeiras das barragens, estas podem perder o volume �til para armazenar a �gua, o que leva � necessidade do seu desassoreamento e limpeza para poder acumular mais �gua", explica S�rgio Alegre. Ainda que em Portugal o desaparecimento do solo por erosão ap�s inc�ndio não esteja muito bem estudado, S�rgio Alegre aponta para investiga��es realizadas em "países que t�m uma longa tradi��o nesses estudos", nomeadamente nos EUA, onde as perdas podem atingir até 65 toneladas por hectare ardido durante o primeiro ano ap�s o inc�ndio. Aqui bem perto, na Galiza, j� se quantificaram perdas de 10 a 35 toneladas por hectare durante um ano. "No caso de Portugal, s� agora come�amos a ter algumas estimativas, mas são medi��es pontuais em pequenas parcelas de erosão, pelo que � preciso continuar a investigar para conhecer os efeitos dos inc�ndios a escalas maiores", refere. Matérias-primas � m�o de semear N�veis de pluviosidade, inclina��o dos terrenos, caracterásticas geol�gicas, clima, tipos de vegeta��o e ciclo de inc�ndios a que o terreno tem estado sujeito são alguns dos factores ligados ao processo de erosão e que influenciam as perdas de solo. "Depois de um inc�ndio � preciso avaliar as zonas onde h� risco de erosão. � claro que não podemos tratar toda a superf�cie ardida com o mulching porque seria in�til aplic�-lo nalgumas áreas que não precisam", aponta S�rgio Alegre. � o caso das áreas sem declive ou áreas ardidas com uma baixa intensidade do fogo onde as �rvores ainda possuem folhas nas copas que, depois de ca�rem, fornecem de uma protec��o natural ao solo. No caso dos pinhais, "a caruma funciona como um mulching natural t�o efectivo como os restos florestais triturados". Matérias-primas para triturar a pensar no ‘acolchoamento’ não faltam em Portugal. "Pode-se aplicar as toneladas e toneladas de cascas de madeira que não são utilizadas pelas f�bricas de pasta de papel. � um material muito bom pois tem fibras longas que se adaptam ao solo formando uma esp�cie de rede que ret�m �gua e sedimentos", explica o investigador do CESAM. O mulching pode igualmente fazer uso do que sobra das podas e de "restos derivados das limpezas dos matos, dos jardins ou das bermas das estradas que, na maioria dos casos, são enviados para lixeiras". T�cnicas actuais ineficazes Aplicado � m�o ou com recurso a meios a�reos sobre os terrenos mais expostos a fen�menos de erosão, o mulching pretende substituir as "ineficazes" mas muito usadas barreiras de madeira cravadas nos solos ardidos para reterem �guas e sedimentos. S�rgio Alegre aponta que " em compara��o com o mulch, essas barreiras, não cumprem a função de reter as �guas e de mitigar a perca de sedimentos dos terrenos expostos � erosão". Pelo contrário, o investigador do CESAM, garante que o mulch, numa primeira fase, reduz as perdas de solo e, posteriormente, através da pr�pria decomposi��o dos restos florestais, acaba por se incorporar no ecossistema florestal. "Como � um material que pode reter �gua por absor��o ou por reten��o nas micro-barreiras que as fibras formam, este m�todo reduz a quantidade de �gua que flui para os rios até 40 ou 50 por cento", explica S�rgio Alegre. O processo, que "d� o mesmo trabalho que a coloca��o das barreiras", pode evitar despesas maiores. O investigador não tem d�vidas: "Se com esta t�cnica se evitar que a perda do solo, um recurso não renov�vel � escala humana, leve � altera��o dos ecossistemas aqu�ticos a jusante da área ardida, ou que, por exemplo, uma barragem fique cheia, ent�o os gastos estáo mais do que justificados". Fonte: UA
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